quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Panfleto de apoio aos trabalhadores do HUB

CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO!

O avanço das terceirizações e da flexibilização dos direitos trabalhistas é elemento constitutivo da política neoliberal implementada pelo Governo Lula e pelos capitalistas. A forma como isso pode ser observado na UnB é que a maioria esmagadora da mão-de-obra da universidade se dá através de terceirização ou contrato direto da UnB (contratos sem carteira-assinada, sem férias, 13º, etc.)

Em meio a uma greve dos três segmentos (servidores, professores e estudantes) em defesa da URP, os trabalhadores terceirizados e contratados (ambos precarizados!) do Hospital Universitário de Brasília (HUB) vêm protagonizando um processo de mobilização em defesa dos direitos mais básicos, tal como o 13º salário.

Desde o início do processo de mobilização um dos principais entraves para o avanço da luta é a direção governista/CUTista do SINTFUB. A direção do sindicato se utiliza de um discurso pseudo-responsável e “em defesa da ordem” como um instrumento para desmobilizar e não organizar a luta de fato, freando-a. Os exemplos das constantes postergações da greve e o não comparecimento na organização da paralisação da última sexta (04/12) são provas disso.

Tendo em vista a linha política dos governistas de manter o “consenso José Geraldo” na UnB, fica claro o motivo pelo qual a direção do SINTFUB busca não entrar em conflito direto com a reitoria, já que entraria em conflito com a política neoliberal do Governo Lula aplicado pelo Reitor José Geraldo/PT. Portanto, a oposição estudantil ao DCE da UnB reafirma a linha que apontamos durante a greve dos terceirizados (abril/2009) em nosso boletim nº8, dizendo que os trabalhadores “devem superar o divisionismo e se organizar em único sindicato, o SINTFUB. Ao mesmo tempo construindo uma oposição sindical a direção pelega da CUT, mobilizando a categoria para a luta pela ação direta e avanço nas conquistas como o aumento salarial, o cumprimento dos direitos e a contratação de todos os terceirizados [e contratados!] no quadro efetivo.”

PELO PAGAMENTO IMEDIATO DO 13º SALÁRIO!

Construir um movimento de oposição sindical-popular-estudantil!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Germinal - Nº 13, Novembro de 2009

Unificar a Greve e as Pautas de Luta!

Para enterder o processo:

Neste mês de novembro os trabalhadores da UnB foram surpreendidos mais uma vez pelo inaceitável corte da URP (Unidade de Referência de Preços), gratificação incorporada pela luta dos servidores no ano de 1991 referente a perdas salariais que aconteceram em 1989, que atualmente representa 26,05% do salário. A ação foi movida pelo TCU (Tribunal de Contas da União) na qual alega a inviabilidade do pagamento da URP aos trabalhadores contratados nos anos recentes (cerca de 500). As direções sindicais têm esperado em vão as ações judiciais promovidas pelo STF.

Após uma breve exposição dos fatos é necessário realizar uma análise mais aprofundada da situação. Ao contrário do que afirmam as direções da ADUNB, SINTFUB e DCE, a Oposição Combativa Classista e Independente (CCI) ao DCE entende que este corte de salários está alçado em uma política neoliberal para a educação superior. Os cortes de gratificações semelhantes a URP foram realizados a nível nacional em diversas outras universidades, além do mais, as condições de trabalho vem sendo atacadas em diversas frentes como vemos na UnB com o avanço da terceirização, quebra da isonomia salarial, perdas de gratificações, aumento do contrato de professores temporários em detrimento dos efetivos etc.

Dessa forma, esta política ditada através dos órgãos federais (TCU etc) compõe uma parte do todo integrado que é o programa para educação do Governo Lula/PT alicerçado a burguesia nacional, que vem precarizando e atingindo vários aspectos da universidade mas que abre a possibilidade da luta unificada

Os limites da Luta:

Mas os estudantes e trabalhadores precisam ter claro que este movimento nasce de forma limitada onde as direções tanto sindicais como estudantis são governistas como é o caso de DCE/PT e Sintifub/CUT ou pior são de centro-direita como a direção da ADUNB. Onde os dois primeiros visarão blindar o Reitor(José Geraldo – PT) e o governo, e a direção da ADUNB fazer uma oposição oportunista ao reitor para juntamente com antigos setores thimotystas calcar um cargo nas próxima eleições.

Independente destas diferenças burocráticas, estes setores apresentam uma política comum para a luta: a adequação a legalidade burguesa, o coorporativismo e a burocratização dos processos de mobilização.Os efeitos dessa política podem ser percebidos de forma clara: O atraso da greve e a espera pelo STF nesses meses são exemplos disso, o que jogou a mobilização para um período ruim na véspera de férias; a proposta de realização da assembléia dos 3 setores mediada pelo Reitor é outro exemplo, assim como, o posicionamento da direção da Adunb na última assembléia(24/11) em recuar sua proposição para uma paralisação de 3 dias e não a greve por tempo indeterminado até a conquista da URP.

A conseqüência desta política da burocracia estudantil e sindical é a derrota para o movimento. Que não responde aos ataques estratégicos desferidos a educação superior pelo governo Lula e leva a mobilização ficar a reboque das instâncias legais que paralisam a luta ou promovem conquistas rebaixadas e superficiais.

A Política Combativa:

Nós acreditamos que apesar deste quadro é possível recuperar a URP com a luta combativa dos trabalhadores, assim como achamos mais que necessário ampliar e unificar as pautas de Luta de todos os setores proletários da universidade.

Por isso a Oposição CCI defende: 1º Avançar a luta com Ação Direta: ocupações dos órgãos responsáveis (TCU, Reitoria, MEC etc), marchas e fechamento de ruas, piquetes na entrada dos prédios do campus, construção da greve unificada entre estudantes professores e técnicos administrativos. 2º Incorporação das pautas prioritárias dos estudantes e terceirizados- (Fim do REUNI, ampliação da assistência estudantil, fim das fundações privadas e incorporação dos terceirizados ao quadro efetivo). 3º Fortalecer e Construir um Movimento de Oposição na Base Estudantil e Sindical: Nós acreditamos que a luta não avançará através de comitês consensuais da burocracia, pois esta é incapaz de abrir um processo real de luta política anti-governista. Desde já se faz necessário construir e fortalecer as oposições, único meio capaz de reorganizar nossa classe.



Viva a Ação Direta Proletária!

Una-se a Oposição Classista Combativa e Independente ao DCE-UnB

domingo, 18 de outubro de 2009

Boletim "O Germinal" nº 12, Outubro de 2009

TODO APOIO AS OCUPAÇÕES DOS CA’s! ABAIXO O REUNI!

No atual semestre , a Universidade de Brasília vem presenciando diversas ocupações de centros acadêmicos (CA’s) e diretórios acadêmicos (DA’s). Muitas ocupações começaram de maneira espontânea e independente. Porém com o passar do semestre, outros cursos que sofriam de falta de espaço em seus departamentos e lutavam por um espaço mais digno para seus CA’s, perceberam a oportunidade e também começaram a ocupar salas, já que suas reivindicações não eram ouvidas.

Cada curso que está ocupando uma sala (CASESO, CACOMP, CADIN, CALET, CACIF, CAAMB) ou está em processo de ocupação, possui suas particularidades na luta por espaço dentro da UnB. Muitos deles lutavam há anos por um espaço físico de interação e organização estudantil que comportasse a demanda de alunos dos cursos, que cresce a cada semestre. Na maioria dos casos, os espaços cedidos pela Universidade eram insuficientes, como são os casos dos cursos de Serviço Social, Biblioteconomia e Arquivologia.

Mas por que será que tantas ocupações estão ocorrendo logo agora e de maneira conjunta? Qual foi a causa comum desse movimento? Apesar de muitos cursos não terem percebido, ou debatido seriamente sobre isso, o que se tem por trás dessas ocupações é um embate, intencional ou não, contra o Reuni, pois este é incompatível com uma Universidade que pretenda ter espaços de socialização e organização estudantil, já que desestrutura a função da Universidade, tornando-a apenas em um centro de profissionalização e de ensino de má qualidade, sem extensão e sem pesquisa. A falta de espaço para convívio e atuação política dos estudantes na própria Universidade era um efeito esperado e desejado pelo governo, como já foi denunciado em outras edições de “O Germinal”.

Contudo, nem todos os Ca’s que atualmente ocupam uma sala colocaram em suas pautas uma crítica ao Reuni. Como é o caso de Ciências Ambientais, um curso novo criado nesse último semestre. Mesmo sendo este vítima dessa expansão que fere a autonomia universitária e que cria cursos sem ter ao menos um local planejado para um CA: somente vai superlotando departamentos já existentes, como é o caso também da Museologia, que foi inaugurado sem CA e em um departamento pequeno (CID) que já abriga dois cursos que há anos espera a construção de uma nova faculdade (FACE).

O CASESO foi o primeiro a tocar na questão do Reuni, e logo recebeu repressão da reitoria, que ameaçou chamar a polícia, além de ter se utilizado do site para distorcer informações e colocar a comunidade acadêmica contra a ocupação legítima. Pode-se perceber que, sem unificação das pautas e apoio mútuo, o movimento corre sério risco de sofrer repressões, diante da fragmentação.

- O comitê consensual: as ocupações reféns do DCE pelego!

Com a possibilidade das ocupações iniciarem uma campanha anti-Reuni, através do CASESO, a direção do DCE, segmento da Reitoria petista no movimento estudantil da UnB, apressou-se a se pronunciar e a criar instrumentos para impedir a possibilidade das ocupações se tornarem em uma luta de caráter abertamente anti-governista, contra o Reuni e a Reitoria. A convocação de um CEB no mesmo horário e dia em que as ocupações se reuniriam de forma independente para debater suas pautas e aprofundar o debate político foi um exemplo disso.

No CEB do dia 01/10, que teve como pauta as ocupações, a direção do DCE (PT) apresentou sua linha de afastamento do debate político. O centro da argumentação do governismo se encontrava na suposta defesa das ocupações, porém , apontando claramente a defesa do Reuni, reafirmando a possibilidade de “disputar o Reuni por dentro”. Tal argumentação do DCE, tendo em vista a estrutura de aplicação do Reuni por decretos, metas, e por conseqüência, a imposição e quebra da autonomia universitária, significa na prática: 1)manter uma blindagem ao Reitor e a política neoliberal do Governo Lula; 2)assegurar a continuidade da aplicação da Reforma Universitária (sendo o Reuni parte dela) que visa e reestruturação das universidades federais brasileiras sob o marcos das exigências do capitalismo; 3) no atual processo de ocupações de CA’s poderá levar a derrota a luta dos estudantes e a perda das atuais conquistas no longo prazo, já que, a reivindicação justa por maiores e melhores espaços de organização estudantil é incompatível com o programa do Reuni, que visa dobrar o número de estudantes sem fazer o mesmo com a infra-estrutura universitária.

A oposição Combativa Classista e Independente ao DCE-UnB aponta então que, a tarefa dos estudantes para se ter uma luta conseqüente e vitoriosa pelas pautas específicas das ocupações é transformá-las em combate aberto e geral contra o Reitor governista e a política implementada pelo mesmo de reestruturação produtiva da universidade, através do Reuni, fundações privadas, etc. Porém, a linha política hegemônica no atual processo de luta, não é outra senão a governista, representada pela direção do DCE, onde o corporativismo e o legalismo burguês, sob o discurso de manter a “unidade do movimento” e as “pautas consensuais” (política de rebaixamento de pautas), demonstram-se as principais armas para a vitória dos governistas e verdadeiras camisas de força para o avanço da ação direta estudantil.

O ponto ápice de consolidação de tal política foi a criação de mais um “comitê consensual” das ocupações, que representa uma reedição da política frentista, que tem como objetivo e conseqüências práticas: a subordinação da luta político-organizativa estudantil ao “denominador comum” que existirá entre os ditos anti-governistas, ou melhor, para-governistas (PSTU e Psol) e governistas (PT e PCdoB), onde obviamente as questões profundas, como o combate ao Reuni, não entrará nas “pautas consensuais”. Ficando assim o movimento, em nome da suposta “unidade”, claramente refém da política neoliberal do DCE/Reitoria, sendo que, esse “comitê das ocupações” mesmo que pressionado pela ação direta e pela demanda estudantil concreta não levará a luta até suas as últimas conseqüências: Reorganizar a oposição de base ao Reuni e ao Governo Lula/Reitoria!

Diante desse processo de lutas a Oposição CCI defende: 1) A defesa do método de ação direta estudantil em contraposição ao legalismo burguês e a via burocrática; 2) Que a unidade concreta entre as ocupações deve ser através do combate geral contra o Reuni e a política neoliberal do Governo Lula/Reitor José Geraldo; 3) Pela intransigência classista na luta, combatendo a conciliação através de mesas de negociação com a Reitoria, patrões e governo; 4) Contra a política frentista que deixa a luta refém dos pelegos do DCE; 5) Pela polarização e combate claro aos governistas da UNE/DCE, visando à fortificação das oposições anti-governistas e classistas, único método capaz de reorganizar o movimento estudantil.

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ELEIÇÕES NAS CIÊNCIAS SOCIAIS: Pstu tem um "caso" com os governistas!

Nos dias 20 e 21 de outubro ocorrerão as eleições para o CA de sociologia (CASO) e o CA de antropologia (ANTRO) da UnB. As chapas que disputam à direção do CASO são: LutaSociais (Oposição CCI) e Caso Contigo (PSTU, FOE-UNE e DCE/PT); Já as que disputam a direção do ANTRO são: Antro Ativo (UJS e FOE-UNE) e “I Will Survive” (independentes). Esta eleição vem nos mostrando como a luta e as discussões são pedagógicas para os estudantes, por isso, é necessário fazer uma breve análise deste processo, respondendo os questionamentos e refutando as calúnias.

Um discurso que perpassa todas as chapas (exceto a chapa LutaSocias) é o jargão pós-moderno do “pluralismo”, segundo o qual as mesmas devem se abster da disputas e das polêmicas programáticas em nome de um “CA plural e não-normativo”(sic). Nós, da Oposição CCI, afirmamos que o “pluralismo” defendido pelas chapas nada mais é que uma máscara para a garantia da aplicação da linha pequeno-burguesa e governista, ou seja, da manutenção das coisas tal como já estão. Somente a partir do combate e da disputa política é que o Movimento Estudantil pode avançar qualitativamente, caso contrário permanecerá afundado no fanfarrismo e na despolitização e sem um programa que dê conta de responder aos desafios colocados para os estudantes e trabalhadores, ou seja, sem um programa anti-governista.

O PSTU, compondo a mesma chapa que o DCE/PT, no último debate (14/10), sob o discurso de que é necessário saber “dialogar com a base” se contentou em apresentar a proposta de “debater posteriomente“ o REUNI (já que setores dentro da chapa o defendem), não ter posição sobre as Fundações de Direito Privado e se manteve mudo perante a UNE e a reorganização do ME combativo, acusando de sectária a chapa LutaSociais que apresentou um programa claro: anti-governista e classista. Fica evidente que o “saber dialogar com a base”, apresentado pelo PSTU, é na verdade mais uma fraseologia vazia para justificar sua política de subir no aparato a qualquer custo e de frente-única programática com os governistas do DCE/PT.

Entendemos que é necessário sim defender a intransigência classista, o que significa: se manter firme nos postos de combate da classe trabalhadora, não se vender ao governismo e ao pós-modernismo burguês por crachás da entidade de base e, sobre tudo, em tempos de ataque brutal aos trabalhadores e aos estudantes (tal como feito pela Reforma Universitária de Lula/PT), a intransigência significa defender um programa concreto para combater tais ataques e reorganizar de fato nosso movimento.

Se não bastasse o frentismo, no mesmo debate das chapas (14/10), uma militante do PSTU fez uma acusação mentirosa contra a Oposição CCI, acusando um ex-militante da Oposição, Glauco Luiz, de compor a gestão do CAHIS com uma militante do PT. A isso nós respondemos que: 1°) A eleição do CAHIS foi realizada no início de 2007 e a CCI foi formada no final do mesmo ano (vide 1º boletim de setembro), portanto a gestão não era uma coalizão CCI/PT, tal como fez entender a acusação; 2º) A própria criação da CCI, chamada pelo Glauco, foi resultado também da avaliação negativa de tal gestão e da adoção da linha que hoje defendemos. 3º) A tal militante do PT, atualmente é do PSTU, ou seja, ambos romperam e modificaram suas linhas políticas. Isto revela aos estudantes o nível do cretinismo político que este partido chegou para fugir do debate e da realidade: sua incapacidade de construir um programa independente da UNE e de combate às Reformas Neoliberais do governo Lula.

Fomos questionados sobre outros dois pontos fundamentais: 1º) a democracia dentro do C.A, no qual distorcendo nossas visões fomos acusados de querer impor/fazer uma ditadura contra os estudantes de CS; esse é o preço que se paga por se ter um programa concreto e disputar com o governismo e os grupo de amigos, ambos burocráticos e anti-éticos. Respondemos: a) estamos em processo eleitoral no qual a base decide qual da chapas, que estão no mesmo patamar de disputa, ganharão o pleito; b) defendemos a radical democracia estudantil e proletária na UnB, com a dissolução dos Conselhos Universitários e a estrutura departamental antidemocráticos pela construção de Conselhos Comunitários, assim como no C.A defendemos que a base decida por uma chapa e um programa, combinado com o poder das assembléias e a revogabilidade de mandato. 2º) A discussão de “minorias” foi outro ponto de divergência. Em nossa visão devemos organizar e unificar em uma mesma Centra de Classe o movimento sindical, popular e estudantil, organizar e unificar os movimentos das mulheres e negros trabalhadores, assim como os movimentos indígenas combativos. Já os setores pós-modernos da CS não acreditam na unidade dos explorados/trabalhadores, nem na centralidade da luta de classes, não vêem que os setores burgueses e privilegiados nunca levarão a luta de emancipação integral até as últimas conseqüências, ao contrário, trairão esta luta e a levarão para a legalidade que só garante direito e cumprimento aos ricos.

O caminho correto nem sempre é o caminho mais fácil, e a ação política com sinceridade e seriedade muitas vezes é atacada pelo oportunismo calunioso e o infantilismo pequeno-burguês. Porém, mais do que nunca, reafirmamos que, ao contrário da tática de se adaptar às condições políticas atrasadas que estão dadas, sustentar um programa classista, mesmo que em certos momentos se tenha que caminhar “contra a correnteza” (atuando como minoria), é o caminho correto a se seguir para avançar a consciência da base.

AVANTE A LUTA ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA!

PELA CONSTRUÇÃO DA UNIVERSIDADE POPULAR!

JUNTE-SE A OPOSIÇÃO CCI!


domingo, 4 de outubro de 2009

A ocupação do CACIF no atual contexto de lutas.

OCUPAÇÃO DO CENTRO ACADÊMICO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

CARTA DE APOIO ÀS OCUPAÇÕES DE CENTROS ACADÊMICOS DA UNB


No dia 28 de Setembro, segunda-feira, os estudantes dos cursos de Biblioteconomia e Arquivologia ocuparam a sala 148 do ICC Sul para que esta seja o novo espaço de um Centro Acadêmico integrado dos cursos do Departamento de Ciência da Informação e Documentação: CACIF (Centro Acadêmico de Ciência da Informação). Tanto o CABIBLIO (CA de Biblioteconomia), quanto o CAARQ (CA de Arquivologia) vinham lutando por um espaço digno para os CA’s nas últimas gestões, já que o espaço improvisado no departamento não comportava mais o grande número de alunos, prejudicando o convívio e a organização política dos estudantes de ambos os cursos.


A sala 148, local onde funcionava um antigo laboratório de química, estava totalmente inutilizada. A escolha por uma sala no ICC vem do fato de que não foi possível conseguir um espaço no departamento dos cursos (o CID), que, agora abrigando um novo curso (Museologia), mostra-se cada vez mais insuficiente para a crescente demanda de alunos. Um exemplo disso é o laboratório de informática do departamento que está desmontado desde o início do semestre, prejudicando disciplinas que precisam ser ministradas com microcomputadores, à espera de reformas do Reuni que tão cedo não ocorrerão, tendo em vista a falta de verba e estrutura da UnB como um todo.


A ocupação do CACIF é uma entre as várias que estão ocorrendo na Universidade nesse momento. Todas elas confrontam, com ou sem intencionalidade, com o atual reforma universitária, o Reuni. O Reuni, projeto do governo Lula em vigor desde 2007, que nesses últimos semestres vem sendo implementado na UnB, duplicando ou aumentando vagas, inaugurando novos cursos, sem dar a mínima estrutura para tal reforma, é, sem dúvida, o grande motivo da superlotação e do sucateamento do ensino. Esses efeitos resultam, entre outras coisas, na falta de espaço para a atuação e o convívio dos alunos dentro da própria Universidade. Tal projeto do governo traz uma falsa ilusão de democratização do ensino superior, juntamente com o Prouni e novo Enem, mas na verdade possui um caráter nitidamente neoliberal e antidemocrático de formação de obra barata, crescente terceirização e privatização do ensino, além de colocar a Universidade pública e o conhecimento e tecnologia gerados por ela a serviço dos grandes empresários, tornando a formação universitária em uma mera formação voltada para a lógica de mercado.


Dentro do Reuni, não há espaços para disputa, ou diálogo como pretende o DCE. Tal idéia serve somente enganar os estudantes. Os estudantes de Direito estão sentindo isso na pele: a duplicação de vagas do curso foi feita de maneira autoritária, pelo simples fato de o Reuni se basear em metas que precisam ser cumpridas a qualquer custo. Não há lugar para diálogo: a ruptura com essa expansão que prejudica docentes, funcionários e estudantes (mas, “ironicamente” colabora com os lucros das empresas privadas) é a única arma que os estudantes possuem. Todas as vias legalistas desse projeto já estão comprometidas e definidas: o caráter neoliberal do Reuni é fixo e desejável pelo governo.


Importante ressaltar que o Reuni recebe pleno apoio da reitoria e do DCE. E este, mesmo apoiando da boca para fora as ocupações, na prática não consegue polarizar de maneira efetiva com a reitoria e apoiar a luta dos estudantes contra o Reuni, que nesse momento vem representada pelas atuais ocupações. A ocupação do CACIF, por exemplo, não teve apoio objetivo do DCE, que tratou de maneira cínica o CABIBLIO, demonstrando a traição do DCE em relação aos alunos. Apesar de no discurso o DCE falar que o movimento estudantil deve ser “ator central” das decisões sobre a Universidade, continua acreditando em conselhos antidemocráticos como via para conseguir as reivindicações estudantis.


Já a reitoria nos últimos dias ataca de maneira desleal os estudantes de Serviço Social, desmoralizando o movimento estudantil ao distorcer e modelar informações no site da UnB para colocar a comunidade do seu lado, ou seja, a favor do governo Lula e da política do PT. Felizmente, alunos de diversos CA’s (CASESO, CACIF, CADIN, CACOMP, etc.) continuam mobilizados, não aceitando de forma passiva a precarização em massa que os projetos governamentais vem causando na UnB, mesmo com a atuação envergonhada do DCE frente à reitoria.


Por tudo isso, o CACIF entende que todas as ocupações possuem pautas semelhantes e o momento é oportuno para confrontar as reformas danosas que estão sendo implementadas pelo Reuni. Entendemos também que a união entre os CA’s que estão em processo de ocupação é primordial. Os CA's ocupados devem criar pautas unificadas, além de uma rede de apoio mútuo e resistência. Tais medidas precisam ser tomadas para a própria sobrevivência do movimento e para possuir um caráter anti-Reuni na UnB, já que a DCE não consegue tomar tal postura por estar atrelado até o pescoço com a reitoria e as políticas governamentais.


CENTRO ACADÊMICO É ESPAÇO DE ORGANIZAÇÃO ESTUDANTIL! OCUPA E RESISTE!

TODO APOIO ÀS OCUPAÇÕES DE CA’S! PELA UNIFICAÇÃO DAS PAUTAS E RESISTÊNCIA CONJUNTA ÀS REFORMAS GOVERNAMENTAIS DE MASSIFICAÇÃO E PRECARIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR!

FORA REUNI! COMBATER A POLÍTICA NEOLIBERAL REPRESENTADA PELA REITORIA E REPRODUZIDA PELO DCE PELA AÇÃO DIRETA!

Alexandre Pimeta, aluno de Biblioteconomia, ocupante do CACIF e membro da Oposição CCI

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Eleições no Centro Acadêmico de Sociologia: Programa

Apóie a Chapa 1: LutaSociais!

Lutar para Estudar, Estudar para Lutar!

Em defesa do Classismo e da Combatividade para as Lutas Estudantis!

"Em nossa época, o cientista precisa tomar consciência da utilidade social e do destino prático reservado a suas descobertas" Florestan Fernandes

Introdução:

Como cientistas sociais, precisamos saber em que realidade estamos inseridos. Em época de crise econômica mundial, nos encontramos em uma universidade pública de um subdesenvolvido Brasil capitalista que desde o início dos anos 90 vem seguindo a cartilha Neoliberal, modelo das burguesias nacionais e internacionais, que hoje tem prosseguimento em sua face mais audaz e populista materializada no Governo Lula.

Entendemos que as mazelas de nosso povo, os trabalhadores, estão colocadas todos os dias no embate camuflado da luta de classes. O crescimento das favelas, onde 50% da população brasileira vivem sem saneamento básico, a precarização do trabalho, os massacres diários realizados pela polícia que matam dia-a-dia os filhos do povo, a decadência do ensino público médio, nosso sistema carcerário que só condena os pobres, o estado burguês atolado em sua corrupção intrínseca e por fim, nas universidades, temos 75% dos estudantes na iniciativa privada (fato reforçado pelo PROUNI), e nas públicas vemos o giro da regulamentação mercadológica com a proliferação das fundações de direito privado, as empresas Junior, etc.

Ao contrário do que se poderia imaginar, temos estudantes dispersos e desorganizados. Na análise de nossa Chapa, este processo se dá por conta de 2 motivos: 1º) A hegemonia governista(PT e seus satélites) no Movimento Estudantil, que é responsável por levar as lutas dos estudantes para os escritórios, para as intermediações parlamentares, para o atrelamento político e financeiro com o Governo Federal e os empresários(como é o caso da UNE e a UBES), matando o dinamismo da luta e o acúmulo de forças necessário dos estudantes para impor suas pautas através da ação direta; 2º) A hegemonia ideológica burguesa do pacto de classes realizado pelo governo populista/mídia e na universidade as ideologias pós-modernas que se revelam verdadeiros ovos de serpente , imobilizando os estudantes (pelo ultra-relativismo e a despolitização), assim como, coroando as “lutas” cidadãs/ecológicas como única saída, negando a luta de classes, demonstram sua mais disfarçada e podre adesão a ordem burguesa.

Por isso a Chapa 1: LutaSociais, ligada a Oposição CCI ao DCE, se propõe a mudar esta realidade do curso de Ciências Sociais da UnB, buscando demonstrar que só através de nossa luta coletiva conseguiremos conquistar desde as pautas mais imediatas como contratação de professores até as mais estratégicas como o fim das fundações privadas.

Para tal tarefa nós apresentamos o seguinte programa:

1. No Movimento Estudantil:

1.1)Negar a UNE e o Governismo!

A UNE é hoje o que existe de mais podre no movimento estudantil. A UJS/PC do B além de dominar burocraticamente e corruptamente a entidade desde 1992 é base de apoio do Governo Lula, seguindo covardemente sua cartilha das reformas neoliberais. Em matéria do jornal “estado de são Paulo” vemos o motivo: “Desde 2004, a UNE já recebeu R$ 10 milhões da União. Desses recursos, R$ 7 milhões foram repassados somente nos últimos 14 meses. O 51º Congresso da entidade, que começou ontem em Brasília, foi organizado com o apoio de sete ministérios, além de instituições como a Caixa Econômica Federal, Correios, o Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) e a Petrobrás. Um projeto de lei que tramita no Congresso ainda vai liberar recursos federais para financiar a reconstrução da sede da entidade no Rio de Janeiro.” A UNE tem rabo preso e é inimiga dos estudantes. Precisa ser combatida!

1.2)Construir um Movimento Combativo Nacional de Estudantes de Ciências Sociais:

É necessário que o CASO saia do isolamento local e se articule em um movimento combativo nacional de estudantes de ciências sociais. O ENECS não pode ser um espaço amorfo e burocratizado para quem tem grana tirar férias, deve ser ao contrário uma ferramenta de discussão sobre as teses das ciências sociais e articulação da luta dos estudantes. Por isso defendemos a) A realização de um congresso de base nacional, com delegados eleitos em assembléia, para reestruturarmos nossa organização; b) A articulação de um movimento de oposição de CS que tenha um programa classista e combativo e capacidade de organizar e combater a burocracia no movimento.

1.3)Construir a Rede Estudantil Classista e Combativa(RECC) :

Defendemos que o CASO seja filiado a RECC. Durante o CNE foi organizada paralelamente a plenária do Movimento Estudantil Classista e Combativo por delegados e observadores, deliberando a criação de uma Rede Estudantil Classista e Combativa para unificar as lutas de base do M.E e como objetivo a reorganização do movimento estudantil combativo a nível nacional, através da construção de oposições a DCE’s, enraizamento através de coletivos de cursos, que seja independente da UNE e do Governo, portanto, lutando pela pautas dos estudantes e tendo como estratégia privilegiada a Ação Direta, defendendo que as ocupações de reitoria e a unidade com os trabalhadores (como na USP) com greve geral na educação, são exemplos a serem seguidos no Brasil inteiro.

1.4) Por que não estamos na Chapa 2 “Caso Contigo”:

Sabemos que existem estudantes sinceros nesta chapa e que tivemos um processo atropelado para eleições de CA. Mas isso não elimina nossas críticas: A chapa 2 é um exemplo de como se dá a construção aparatista e frentista dos setores da ANEL/PSTU, que se declaram oposição, mas organizam uma chapa sem um programa anti-governista definido e inclusive compõe aliança com importante membro do DCE da UNB/UNE/PT. O que demonstra mais uma vez a incapacidade política dos paragovernistas do PSTU de reorganizarem o movimento estudantil.

2 - Pautas de Luta que defendemos:

1. Assistência estudantil (moradia, bandejão, transporte, creches, ampliação das bolsas equiparadas ao salário mínimo)

2. Revogação do REUNI! Por uma expansão de qualidade!

3. Nem ENEM, nem Vestibular! Livre acesso já! Trabalhadores na UNB!

4. Concursos públicos para professores e funcionários, ambos efetivos, e com incorporação dos terceirizados com isonomia de salários e direitos!

5. Voto universal em todas as instâncias! Pela dissolução dos Conselhos Universitários e formação de Conselhos Comunitários!

6. Fim dos cursos pagos e das Fundações de Direito Privado!

7. Solidariedade às lutas populares!

2.1) Por que a Revogação do REUNI?

Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), instituído pelo Decreto nº 6.096/2007(Lula) , flexibiliza o ensino, quebra a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, oferece um bacharelado que se assemelha a uma graduação minimalista de três anos, cujo diploma será apenas um certificado generalista, e propõe um novo processo seletivo no fim do terceiro ano do bacharelado para os cursos profissionais. Ele estabelece, como meta, um índice de 90% de conclusão dos cursos e determina a duplicação da relação professor–aluno dos atuais 1/9 para 1/18. Para pôr tudo isso em prática, o governo editou a Portaria Interministerial nº 22/07, que cria o Banco de Professores Equivalentes, o que, segundo avaliação dos professores, vai flexibilizar as relações de trabalho na universidade pública dimuir o número de concursos, diminuir o regime de dedicação exclusiva, e, conseqüentemente, reduzir as atividades de pesquisa. (Retirado do site do ANDES-SN)

2.2)O fim das Fundações é Possível e Necessário:

As Fundações de Direito Privado (FDP), são regidas pela lei 8.958/94 (Itamar Franco) e foram regulamentadas pelo decreto 5.204/04(Lula) , sendo o modelo de “financiamento apoiado” ou privatização consentida, que garantiu as fundações assumirem compromisso da própria universidade, a ponto de gerirem dinheiro público (em razão disso cobram taxa de gestão) e de assumirem funções do poder público, como contratação de servidores. Dados do Dossiê Nacional sobre as Fundações do ANDES-SN demonstram que as FDP são quem depende da Universidade e não ao contrário, sendo que a principal captação de verbas são públicas ou da própria comunidade através de cursos pagos. Assim as FDP são entidades parasitas e corruptas (vide caso Thimoty/Finatec/ Funsaude e vários outros Brasil a fora) por isso seu fim é desejável e necessário, portanto, é necessário que todas as verbas sejam geridas por fundação pública sob controle dos estudantes, professores e funcionários, e uma luta para o aumento das verbas que não sejam para banqueiros ou parlamentares.

3- Alimento para a carcaça e o cérebro:

3.1) Criar um cine-clube no CASO para promover entretenimento e a politização dos estudantes.

3.2) Realização de debates/palestras relacionadas a temas da Universidade/ Ciências Sociais, ao Movimento Estudantil etc.

3.3) Utilização do espaço físico do CASO para realização de eventos musicais e de grafite/muralismo.

3.4)Reativação do Blog e a criação de um boletim do CASO.

3.5) Não ao C.A festivo e despolitizado, pela utilização saudável e compromissada do espaço do CA.

4- Pelo fim das Empresas Júnior! Não a SOCIUS, Sim a Consultoria Popular!

4.1) Entendemos que as empresas júnior (EJ) tem um claro caráter de adequação dos Cursos a uma lógica mercadológica e empresarial. Na verdade tende a colocar a EJ como o espaço sério e o C.A o espaço da porra louquice. Precisamos romper com essa visão.

4.2) As empresas Júnior, nasceram na França com o objetivo de arrecadar tanto quanto um empresa normal, é o que diz Marcos Dias Rego, presidente da Rede Brasil Júnior, com o objetivo de criar microempresas e promover a competitividade mercadológica, angariando os mais aptos.

4.3) Por isso, somos a favor da inversão da lógica, e pela criação de uma Consultoria Popular, voltadas a movimento populares e sindicais, com o claro objetivo de uma defesa ideológica dos trabalhadores.

5- Luta de etnias e de gênero!

5.1)Acreditamos que tanto a luta de gênero (mulheres e homosexuais) como a das maiorias étnicas (indígenas e negros) devem estar submetidas a um corte de classe, pois só os membros da classe trabalhadora levarão a luta pela emancipação até as últimas conseqüências.

5.2)Pelo direito de escolha da mulher ao aborto.

6-Departamento de Ciências Sociais!

6.1) Não temos ilusão quanto a estrutura departamental, que hoje é burocratizada e antidemocrática, no qual fornecesse apenas uma cadeira para os estudantes.

6.2) Acreditamos que o central é fortalecer os espaços do movimento estudantil, os CAs, as assembléias, os cebs etc.

6.3) Mas nos propormos a não aceitar de cabeça baixa e defender através da pressão e dos espaços cabíveis o posicionamento dos estudantes de CS.

7 – Travar um debate ideológico na CS:

7.1) Nossa chapa tem o entendimento da necessidade de travar um debate ideológico dentro do curso, através recursos informativos, de resgate da sociologia ligada ao pensamento socialista.

7.2) Autores como Mikhail Bakunin, Karl Marx, e o sociólogo brasileiro Florestan Fernandes dentre outros, são definitivamente teóricos críticos da sociedade capitalista e da revolução proletária que merecem espaço de destaque pelo papel determinado que contribuíram para a luta dos explorados e compreensão sociológica da realidade.

8-Organização da Diretoria:

Três Coordenações: 1) Organização/Coordenação Geral (Ariel), 2) Finanças e Estrutura (Vesna), 3) Propaganda /Eventos (Samuel).

“Ou os estudantes se identificam com o destino de seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso serão aliados daqueles que exploram o povo.” FF


oposicaocci.blogspot.com

redeclassista.blogspot.com


Contato: estudantes_classistas@yahoo.com.br



domingo, 6 de setembro de 2009

Na base de Ciências Sociais!

A Oposição CCI ao DCE convoca todos os calouros e estudantes de ciências sociais a participar da reunião de apresentação do:



Coletivo LutaSociais!”




Dia: 08/09 (terça-feira)

Hora: 12:15

Local: CASO (Centro Acadêmico de Sociologia) – Ala Central do Minhocão.


Pautas:

1- Apresentação do Coletivo

2- Movimento Estudantil de Ciências Sociais e ENECS

3- Atividades/Encaminhamentos


Junte-se a nosso coletivo e venha reorganizar nosso CA de Sociais Combativo, Classista e Independente!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Boletim “O Germinal” nº11, Agosto de 2009.


QUEBRAR O CONSENSO GOVERNISTA:

Rearticular pela base a oposição classista!

Iniciando o segundo semestre de 2009 é necessário fazer uma avaliação séria sobre a configuração do Movimento Estudantil hoje na UnB e apontar as tarefas a serem cumpridas pelos estudantes proletários nesse próximo semestre.

A vitória esse ano de uma direção petista para o DCE (chapa “Pra fazer diferente”) e para a Reitoria nesse último período só vieram a ilustrar as críticas e análises que a Oposição CCI já vinha fazendo da derrota da ocupação em 2008 para o governismo e da incapacidade política da direção para-governista da ANEL (PSTU) de consolidar uma polarização clara com a UNE e reorganizar o Movimento Estudantil.


A política neo-liberal orquestrada pela Reitoria/DCE/Fundações privadas!

Desde o processo eleitoral da entidade esse ano e durante esse período de gestão do DCE pela chapa “Pra Fazer diferente”, fica evidente a ligação que existe entre o DCE e a Reitoria (ambas dirigidas pelo PT) enquanto agentes políticos da estratégia governista e neoliberal para a educação.

Agindo conjuntamente, a partir da linha teórica governista de suposto “desenvolvimento nacional” a partir da ampliação da taxa de lucro dos empresários para o aquecimento da economia, os governistas se tornam agentes efetivos do neoliberalismo e da burguesia que tem como objetivo a implementação de políticas e reformas tais como as parcerias público-privadas, o REUNI precarizando e reestruturando a universidade para a acumulação capitalista, as fundações parasitas ditas de “apoio”, o Pró-Uni que na prática transfere verba pública para as faculdades privadas, precarização e terceirização do trabalho, lei anti-greve, etc. Política desenvolvida na UnB pela Reitoria/DCE.

Podemos observar a tática orquestrada pela direção do DCE e pelo Reitor José Geraldo através das lutas pela assistência estudantil e contra as fundações privadas onde abertamente o DCE agiu como blindagem da reitoria e mediador entre os estudantes e esta, buscando sempre “boicotar e domesticar” as lutas, para que estas não colocassem em perigo o consenso governista da comunidade acadêmica perante a Reitoria.

No processo de luta contra as fundações, iniciado no final do primeiro semestre, ao contrário do que o DCE dizia de forma oportunista de que a reitoria iria barrar o re-credenciamento da Finatec, na última entrevista de José Geraldo (vide site unb) fica explícito seu posicionamento em defesa das fundações. Quando perguntado:

“(...) A universidade precisa das fundações? Sim. As fundações integram o modelo de gestão. A União, por meio de seus poderes Legislativo e Executivo, estabeleceu um modelo de gestão que se apóia nas fundações.(...)”.

Ou seja, na verdade tal argumento falso foi utilizado pelo DCE, depois do correto impedimento do CAD (dia 18 de junho), para se contrapor e amortecer o avanço da ação direta e na prática caminhará para o re-credenciamento da Finatec. Tal fato demonstra que a política da Oposição CCI estava correta em caracterizar a reitoria enquanto agente do neoliberalismo e a necessidade de avançar na radicalização da ação direta (em oposição a política covarde de sensibilização dos conselheiros!) para quebrar o consenso governista e avançar na luta.

Os para- governistas da ANEL/PSTU/ “não vou me adaptar” mais uma vez na luta contra as fundações ficaram a reboque do governismo. Juntos com o DCE defenderam a não continuação da ação direta e impedimento dos CAD’s (que iriam discutir o re-credenciamento da Finatec), para apostar na sensibilização do conselheiros e no suposto posicionamento contrário do Reitor às fundações, legitimando um espaço democrático-burguês e viabilizando a política governista na UnB. A proposta do PSTU para a luta contra as fundações é novamente plebiscitos e abaixo-assinados furados e sem eficácia (vide plebiscito “contra o REUNI” e “contra o leilão da Vale”), expressando mais uma vez sua escolha pelo caminho legalista e reformista ao invés do caminho da luta classista e combativa.

Logo no começo desse segundo semestre, no final da primeira semana de aula, no dia 21/08 – sexta feira, a Reitoria chamou pela manhã uma “aula de inquietação” que não passa de um circo da reitoria para corroborar uma imagem supostamente progressiva . Já pela tarde organizou um Seminário: “Fundações de Apoio: necessidades e exigências” com a burocracia universitária e representantes da Finatec, Fubra, etc. com a linha clara de através do seminário avançar o processo de re-credenciamento da Finatec e dar legitimação para as fundações parasitas na universidade. No Seminário, o MEC, confirmou compromisso e meta da Secretaria de Educação de estar buscando dar o suporte jurídico/legal as atividades dos professores nas fundações. Isso deixa claro a articulação e sintonia da política neoliberal privatizando do Reitor Jose Geraldo e da conclusão do Seminário exposto em manchete no site da unb: “Fundações sim. Mas dentro da Lei.”.


Reconstruir um movimento estudantil sob escombros.

A Oposição CCI defende que os estudantes tomem pra si a responsabilidade de reerguer um forte movimento estudantil de caráter combativo, para enfrentar sem hesitação as políticas capitalistas/neoliberais para o ensino superior. Por isso conclamamos que os estudantes do povo, principalmente os calouros que ainda não se acomodaram com as visões pós-modernas e pequeno burguesas, venham e tomem seu espaço reconstruindo e dirigindo os C.A’s de seus cursos. Acreditamos que desde já onde se tenha forças organizem-se coletivos de curso centralizados pela Oposição CCI levando uma proposta de luta intransigente, organização, compromisso e politização aos Centros Acadêmicos. CA é pra lutar não para se drogar!

A idéia que domina vários CAs de que não precisamos de organização, ou que eleger coordenadores ou uma diretoria seria burocratização é falsa e só agremia porraloucas, nós defendemos uma política de organização pelo poder das bases estudantis que leve uma direção concreta a luta. Por isso propomos para os C.As: direção colegiada(com revogabilidade de mandatos) + GT´s abertos, assembléia geral do curso como órgão deliberativo regular; Para o DCE: diretoria colegiada, com conselho de delegados de base acima da diretoria e um Congresso Geral de Estudantes.


Só a política correta pode levar os estudantes à vitória.

Neste segundo semestre de 2009 a Oposição CCI defende que o estudantado deve se armar sob os seguintes pressupostos: a) Consolidar uma organização estudantil de base de caráter anti-governista, b) Combater a política de “frente única consensual” com os setores governistas da UNE, proposta conclamada pelos para-governistas do “coletivo não vou me adaptar/ANEL”, que deixa o movimento refém das sabotagens e do atraso político da burocracia estudantil, c) Ter uma política combativa de enfrentamento, pois ao contrário do que diz o DCE governista e seus satélites, a manifestação de impedimento ao CAD(Conselho de Administração da UNB) em junho do semestre passado, foi o que demonstrou nossa capacidade de mover as peças no tabuleiro, ainda que timidamente causando uma crise no “consenso José Geraldo”. Neste semestre temos de ampliar esta política de combate e não amortecê-la.

Nossa luta tomará contornos concretos a partir da aliança entre estudantes e trabalhadores da UnB sob uma direção classista e anti-governista para a luta. É necessário organizarmos um calendário de agitação e propaganda contra fundações e a política neoliberal do Governo Lula. A estratégia da ação direta, que se opõe a metodologia de abocanhar pequenos espaços entre a pequena e podre burocracia dos conselhos univesitária, deve dar a tônica de nossas lutas com piquetes, impedimentos de CAD, manifestações e ocupações.


Reorganizar os CA’s sob as bandeiras do classismo e da ação direta!

Combater a política neoliberal da Reitoria e do DCE governista!

Fora fundações parasitas!


terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cartaz pela Universidade Popular!

Será feito nesses próximos dias, pelos campus da UnB, colagens do cartaz: "Por uma universidade a serviço da classe trabalhadora!" como parte da campanha CONTRA AS FUNDAÇÕES e pelas pautas reivindicativas CONTRA O REUNI e PELO FIM DO VESTIBULAR levantadas pela Oposição CCI.
AVANTE CAMARADAS! Nenhum passo atrás!


terça-feira, 7 de julho de 2009

O GERMINAL - Nº10, Julho de 2009.


Lutar Contra as Fundações e por Assistência Estudantil é lutar contra a burguesia na Universidade!


Ao final do 1º semestre de 2009 um importante acontecimento abriu precedente para a luta dos estudantes e trabalhadores da UNB: o recredenciamento das Fundações de Direito Privado e a precarização da Assistência Estudantil. Estes são elementos de importante combate estratégico para o movimento estudantil classista e combativo, pois revelam um lado mais obscuro do que a primeira vista: o projeto das elites brasileiras de mercantilização do ensino superior via Reforma Universitária, onde estas fundações empresariais são uma face essencial deste processo.

Os cursos pagos (mestrados, pós-graduação etc) “cotas/ mensalidades”, assim como os casos de corrupção ligados a fundações, estão se proliferando pelas universidades do Brasil. Na FUMP (Fundação Universitária Mendes Pimentel) da UFMG, cerca de 80% dos estudantes pagam semestralmente uma cota de 197 reais para poder continuar matriculado nos cursos, fato que vem gerando diversas contestações (ver dossiê Andes). Além deste caso absurdo, esta empreitada se relaciona com a terceirização do quadro de funcionários por empresas privadas, colocando os trabalhadores sob risco de calote, desvio de função, salários abaixo do mínimo, ou ainda, feitos diretamente pela nossa querida reitoria de José Geraldo que contrata trabalhadores sem carteira assinada e sem licença maternidade no HUB.

Por isso o movimento estudantil em sua última assembléia geral (17/06), onde participaram cerca de 150 estudantes, deu dois passos importantes: 1º - A luta pela assistência estudantil e 2º- Pelo fim das fundações privadas na universidade, onde foi aprovado também a intervenção no CAD (Conselho de Administração) espaço que iria discutir o recredenciamento de 2 fundações (Fubra e Finatec – esta última envolvida no caso de corrupção de Thimoty). Na manifestação no dia 18/06, os estudantes combativos paralisaram o CAD, enquanto o DCE em uma postura entreguista se sentou a espera da fala de seu guru José Geraldo.


Eleições do DCE, uma derrota para os estudantes.


Como havíamos colocados anteriormente, a chapa 3“ Pra Fazer Diferente” vencedora das eleições do DCE, composta pelo PT (Articulação de Esquerda), PSDB e “independentes”, defensores também da burocrática e vendida UNE, cumpre e cumprirá como os fatos demonstram, o papel da blindagem da Reitoria Petista de José Geraldo, que realiza seu papel estratégico de dar continuidade ao programa neoliberal para educação (Fundações Privadas, Lei de Inovação Tecnológica, REUNI, SINAES, ENADE) sob os marcos da “transparência” e do populismo, como fez no último CAD (25/06), aprovando 159 bolsas insuficientes esperadas a mais de 8 meses, pressionado pelas lutas do movimento por assistência estudantil mas também com intuito de desmobilizar os estudantes e desviar o foco das fundações.

Outro episódio importante colocou o movimento estudantil da UNB na contramão das lutas nacionais, onde quando na USP, UNESP, UNIFESP, UFMG etc os estudantes gritam “Fora PM”, foi votado em CEB e aplaudido pelo DCE a participação de representantes no Conselho de Segurança do GDF e da Polícia Militar.


O Estudante Proletário precisa seguir um caminho de luta!


Em nossa análise, o “Coletivo Não Vou me Adaptar”, puxado pelo PSTU, não representa uma política concreta de polarização contra a burocracia governista. A dissolução paulatina de um pólo anti-governista de maior peso é um dos principais fatores da vitória de um DCE governista e de um Reitor também petista. É importante pensarmos que hoje, a prática comum utilizada pelo PSTU é a de construção de frentes únicas com os setores burocratizados da UNE, que iniciaram com os chamados ao eleitoreiro PSOL (coletivo “Vamos a Luta” que ainda está na UNE) e já incluem PT e PCdoB, como foi a ”Fórum permanente de mobilização” pós-ocupação 2008 que paralisou a luta.

Já em 2009 em meio a mobilização contra fundações surge o “Comitê de Luta”, e o que vemos são os mesmos erros sendo cometidos, o PSTU propõe uma frente consensual com os governistas, que na prática aprisiona o movimento ao aval dos setores mais pelegos. A abdicação da estratégia da ação direta para a proposição de um plebiscito contra as fundações revela uma política legalista que tem como fundo a mediação com setores do PSOL/PT que não querem a radicalização da luta e o enfrentamento com o CONSUNI, com o CAD e por fim com a Reitoria.

É importante frisar que toda esta política de unidade com estes setores vem se revelando um grande fiasco, pois, a antes frente “Apenas começamos” CST-PSOL e PSTU, se deformou e hoje não existe mais. A tão sonhada unidade eleitoral ainda não está concreta, só trouxe derrotas, adequação a legalidade burguesa e o rebaixamento de bandeiras.

Se o movimento estudantil continuar refém destas políticas reformistas, tanto do DCE/Reitoria como do PSTU/PSOL, sairá derrotado. A luta estudantil deve rumar para o fim do investimento e administração privada dos recursos para a pesquisa, etc. com o Fim das Fundações e dos cursos pagos, articulando-se com a luta por mais verbas públicas para a educação e pela Assistência Estudantil. No primeiro momento descredenciar 2 fundações será uma conquista importante, mas é necessários acumular forças, não apostando em plebiscitos e nos antidemocráticos CONSUNI e CAD, mas sim em um calendário de discussão em base, piquetes, ocupações de conselhos, unificação da mobilização junto a base de funcionários concursados e terceirizados e professores, preparando uma ação de peso, com greve unificada e ocupação de reitoria!


Viva a Luta Classista e Combativa dos Estudantes! CONSTRUIR A UNIVERSIDADE POPULAR!
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Congresso Nacional de Estudantes: ANEL abre o caminho para fusão da Conlutas com a Intersindical e para a colaboração aberta com o governismo!

Entre os dias 11 e 14 de junho ocorreu o CNE (Congresso nacional de estudantes) realizado no Rio de Janeiro. Contando com cerca de 2000 participantes, entre delegados e observadores, teve participação majoritária da juventude do PSTU e contou também com a presença do Psol e de grupos menores como ADE, Oposição CCI-UNB, LER-QI, MR, LM, etc. Por “problemas organizativos” o congresso perdeu tempo na apresentação das teses, no entanto foram mantidos os painéis intelectuais do PSTU, que na prática representou mais um espaço para a defesa da tese do setor majoritário.

Na atual conjuntura, o CNE cumpre o papel de aprofundamento da política liquidacionista da direção da Conlutas. O chamado realizado para fundação de “uma nova entidade” é resultante de uma dupla necessidade, a primeira é dar uma organicidade à política de frente única com as correntes do Psol que atuam na UNE; e a segunda é acatar uma condição do Psol para fundar uma nova entidade sindical, resultante da fusão da Conlutas com a Intersindical, sem presença estudantil.

A política da Juventude do PSTU de fundação de uma nova entidade (Assembléia Nacional de Estudantes Livre - ANEL) não foi acatada pelo Psol. A proposta apresentada pelas correntes do Psol de um "Fórum Nacional de Estudantes” diferia apenas em grau com a ANEL, já que ambas abarcam setores da UNE. O que estava em jogo era o caráter de consenso defendido pelo Psol, o que caracteriza seu rompimento pela direita, para escamotear sua política de permanência na UNE.

Para combater a linha liquidacionista do setor majoritário, um grupo de estudantes combativos impulsionados pela Oposição CCI-UNB, ADE-RJ, Coletivo Pró-organização anarquista no Ceará e estudantes independentes, construíram a Plenária do ME Classista e Combativo. Estas foram realizadas com participação média de 35 a 40 pessoas (entre delegados e observadores) que conseguiram tirar um eixo de atuação comum no CNE denunciando a política do campo majoritário e ao mesmo tempo consolidando uma alternativa materializada na Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) sustentada em entidades de base, oposições, Cas, Das, grêmios etc. Este setor combativo interviu conjuntamente nos Gds e na plenária final.

Na plenária final do CNE foi aprovado a nova entidade em meio a uma dinâmica anti-democrática e atropelada. Após a apresentação dos pontos consensuais e respectivos destaques divergentes a mesa passou para aprovação direta da ANEL, sem repassar previamente a sistematização impressa dos pontos divergentes para o plenário e antes mesmo da aprovação do conteúdo programático, pautas reivindicativas, etc. Por conta da condução burocrática e de que a sistematização lançava mão de resoluções vagas para a entidade, o bloco defensor da Rede se absteve denunciando tal fato e apresentando-se como alternativa.

O CNE terminou com uma entidade sem corte de classe, sem consolidação concreta na base, já atrelado à política reformista podendo apoiar candidatos parlamentares (!), sem ruptura objetiva com a UNE e fazendo o chamamento às correntes do Psol. Fica claro diante de tal conjuntura a necessidade de reestruturar uma oposição de base ao governismo, tal como foi a articulação ensaiada pela Rede de estudantes combativos, que supere os limites impostos pelo oportunismo para-governista imputado pelo PSTU na consolidação da ANEL.

Voltando a nossas bases, cabe a nós da Oposição CCI ao DCE-UNB a tarefa de consolidar, sob a bandeira da ação direta proletária e do combate ao governismo e ao oportunismo, a política implementada agora a nível nacional pela Rede Estudantil Classista e Combativa. Mais do que nunca se torna necessário a união e a fortificação das bases estudantis através de suas lutas reivindicativas, que sob uma orientação combativa possa levar a vitória real aos estudantes e trabalhadores!


Derrotar o governismo e o oportunismo! Consolidar a Rede Estudantil Classista e Combativa!

JUNTE-SE À OPOSIÇÃO CCI!


[Foto: Inssurreição popular em Oaxaca/México - 2006/2007]