segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O GERMINAL - nº 24, Novembro/Dezembro de 2011 - Avaliação das eleições para DCE da UnB



ERRATA: 500 exemplares do boletim O GERMINAL Nº24 em versão impressa que já foram ou serão distribuidos não possuiam as duas notas de rodapé, notas estas contidas no original e que podem ser lidas no texto e versão para download abaixo.


DIANTE DA DIREITA NO DCE:
FORTALECER A OPOSIÇÃO DE ESQUERDA, COMBATIVA, CLASSISTA E INDEPENDENTE


1 – O CRESCIMENTO DO SETOR COMBATIVO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNB

A formação da “Chapa 7 – Democracia e Ação Direta” é produto do crescimento orgânico da Oposição CCI nos últimos 2 anos e dos coletivos de curso (LutaSociais, Território Livre e Pedagogia em Luta), elemento que possibilitou a formação de uma chapa com a defesa da RECC e seu programa. As comissões de propaganda assentadas no trabalho de base nos cursos foram uma tática correta comprovada pelo grande número de votos que conseguimos nestes. Assim, alcançamos o 2° lugar nas urnas da ala norte (geografia, filosofia e história), do ceubinho (ciências sociais e serviço social), e letras. Agradecemos todos aqueles(as) que nos apoiaram, tanto na UnB quanto fora, em especial o Sindicato dos Trabalhadores da CAESB (SINDÁGUA), e convocamos todos estes camaradas a continuarem na luta conosco.

Sem fugir aos debates estratégicos para o Movimento Estudantil (M.E.) e para a educação, pode-se dizer que a Chapa 7 foi a única chapa que combateu abertamente o governismo/UNE e as posições da direita (se posicionando contra a presença da polícia militar no campus e a privatização da universidade via fundações privadas e cursos pagos), assim como defendeu a centralidade da luta contra a reforma universitária do Governo Lula/PT (que tem sua continuidade com o novo PNE 2011-2020) através da ação direta de estudantes e trabalhadores.


2 – PORQUE A RAZÃO DA VITÓRIA DA DIREITA NÃO FOI MECANICAMENTE A "ESQUERDA DIVIDIDA"?

Com a vitória da chapa direitista nas eleições do DCE uma série de debates foram levantados sobre a fragmentação dos setores da “esquerda”, este debate foi especialmente puxado pelo PSTU/Anel (Chapa 2) em um panfleto intitulado “Esquerda se fragmenta e entrega o DCE nas mãos da direita conservadora”.  Os principais argumentos defendidos foram: 1º) A ocupação da reitoria de 2008 foi vitoriosa e que a partir dela “uma nova etapa se abriu” na UnB; 2º) A não unificação da “esquerda” ocorreu pelo sectarismo das chapas 5 e 7 e esta foi a principal causa da vitória da direita; 3º) Uma chapa unificada da esquerda “teria conseguido, juntas, mais votos que separadas”. Achamos necessário responder a estas questões por estarem sendo amplamente reproduzidas neste período pós-eleitoral.

Quanto ao último argumento exposto pelo PSTU, realmente temos de concordar que uma tal chapa  unificada provavelmente teria sim maior quantidade de votos. Porém, o que devemos entender é precisamente a visão oportunista deste partido quanto à “reorganização” do M.E.. Para o PSTU, o avanço ou retrocesso do M.E. é analisado sob uma ótica matemática de conquista de entidades (no caso o DCE) e nunca o da sustentação de uma luta a médio/longo prazo de combate às práticas e formas organizativas burocratizadas e reformistas.

Entendemos que “ganhar” a direção de uma entidade como o DCE não garante a modificação imediata e mecânica rumo ao avanço político e organizativo de base. No atual momento em que convivemos em um meio pouco ou fracamente dotado de uma política classista e, quando muito, capaz apenas de apresentar lutas reativas, portanto também desorganizado, neste momento nossa principal e imediata tarefa é outra: é persistir na formação política coletiva de cada curso, impulsionar experiências de luta e gerar estrutura organizativa democrática em cada CA, ou seja, na base, operando portanto de baixo para cima na reorganização do M.E. É o trabalho duradouro de organização e politização de base, via Oposição, nossa tarefa primeira. Tal trabalho de reorganização é impensável para os partidos eleitoreiros (PT, PCdoB, PSOL e PSTU), “prisioneiros” de uma visão pragmática e imediatista, a de “ganhar” as direções a qualquer custo.

Porém, longe de tal “corrida pelo aparato” ser uma especificidade somente do PSTU/Anel, ela foi uma prática de quase todas as chapas. Podemos dizer que os “rachas” na última gestão governista do DCE (que formaram as chapas 1, 4 e 6), as quais se distinguiam apenas em propostas secundárias e nos “mascotes” da campanha, tiveram apenas motivações burocráticas que escondiam suas semelhanças programáticas: a defesa dos programas de precarização da educação brasileira (REUNI, ProUNI, PNE, etc.) e a mesma concepção de DCE. Tivemos também na chapa 3 uma aliança entre o que há de mais reacionário no movimento estudantil: a UJS  (que é direção há duas décadas da UNE), juventude do DEM e um grupo claramente fascista. Para esses oportunistas, vale tudo pela direção da entidade!

Quanto ao segundo questionamento feito pelo PSTU, sobre o sectarismo dos “grupos de esquerda”, afirmamos que esta acusação tenta reunir harmonicamente grupos com métodos, estratégias e programas de luta bem diferentes, ao menos em relação à Oposição CCI. A formação de uma chapa sem coesão interna suficiente poderia criar mais problemas do que resolvê-los, poderia em momentos críticos da luta estudantil ficar paralisada. Não aceitamos, portanto, a provocação de que a Oposição CCI contribuiu para a vitória da direita. Como demonstrarmos, é precisamente a política vacilante da esquerda eleitoreira que criou as condições para a vitória da direita, e é somente com um grupo coeso que se oponha não apenas a esta ou aquela gestão, mas que se oponha a política hegemônica, que conseguiremos verdadeiramente transformar o DCE da UnB em uma entidade combativa e de massas.

Por fim, o PSTU retoma o debate da ocupação da reitoria de 2008 (a do caso “Finatec”) para tentar explicar o atual momento de refluxo. Porém, é sobretudo na sua defesa acrítica da “ocupação vitoriosa garantida pela esquerda unificada” que reside uma de suas principais fragilidades e sua incompreensão das verdadeiras tarefas a serem cumpridas no atual momento.

A vitória da direita liberal significa o fim de um ciclo que se inicia com a ocupação da reitoria em 2008. Após esta ocupação, a Oposição CCI foi um dos únicos grupos a identificar que os partidos governistas e sua política saíram fortalecidos daquele processo¹. O PSOL e o PSTU, então na direção do DCE, buscando aliança com a UNE e PT ficaram incapacitados de aplicar a política correta: transformar a reivindicação imediata “contra a corrupção” em greve geral contra as Fundações Privadas, contra o REUNI etc. Como não o fizeram, garantiram o fortalecimento do governismo e o esvaziamento político daquela ocupação. Tal esvaziamento político e dependência da UNE representou a abdicação da luta contra o REUNI e contra as Fundações e, por fim, contribuiu para encorpar a “condenação das pautas externas”. Tal foi o efeito prático desta “esquerda unificada”².

A crítica de que os grupos estudantis se preocupam com “pautas externas” à universidade (concepção fortalecida pós-ocupação de 2008) e a crítica às assembleias como sendo antidemocráticas, “antiquadas” e etc., foram a concepção geral que garantiram a vitória do PT para o DCE em 2009 e em 2010, e a prática corporativista foi amplamente aplicada nestas últimas gestões. Na presente eleição do DCE (2011) vimos o aprofundamento e “radicalização” deste corporativismo e apoliticismo através da campanha da direita. O que estes pretensos “acadêmicos” não compreendem é que não podemos separar os problemas da educação das causas mais amplas e sociais que as produzem, e que somente através das mobilizações gerais e sociais que poderemos de forma plena combater a precarização cotidiana que a somos submetidos.


3 – O GOVERNISMO É A ANTESSALA DA DIREITA REACIONÁRIA

Quando dizemos que o governismo é a antessala da direita estamos querendo dizer que o discurso corporativista que despolitiza as lutas, o pragmatismo que busca “resultados” imediatos dentro dos Conselhos antidemocráticos da universidade, a negação das assembleias gerais e das mobilizações de massas como os verdadeiros meios de exercício da democracia de base (e sua substituição por reuniões fragmentadas) foi a concepção de M.E. amplamente defendida pelas últimas duas gestões do DCE (PT) e que tem na vitória da direita apenas uma continuidade “radicalizada” desta concepção.

Um fato importante a ser trazido novamente à tona para entender a interseção das concepções de M.E. dos governistas e da direita, é recapitular a formação da Aliança pela Liberdade (atual gestão do DCE) , grupo fundado após a ocupação de 2008. A “Aliança” nasce de um racha da UEI (União de Estudantes Independentes, que se posicionou contra greves de professores e funcionários e contra a ocupação da reitoria), porém, a outra parte deste racha vai compor exatamente a gestão “pra fazer diferente” da Articulação do PT (2009).

Nas eleições para o DCE em 2010 a chapa de reeleição “Amanhã Vai Ser Maior” (PT) prosseguiu sua campanha, por exemplo, em defesa de “novos meios” de articulação dos estudantes e “contra a quadradice das assembleias”. Quanto a isso podemos dizer que cumpriram seu programa de mandato: não divulgando assembleias, não organizando as lutas e reivindicações estudantis! Ironicamente, quando a direita toma posse com um programa de “parlamento estudantil” (proposta essa que trocaria as assembleias gerais por representações difusas dos CA's) os governistas histericamente tentam se diferenciar desta proposta quando no fundo é de sua “irmã gêmea” que estão falando.

As últimas duas direções governistas do DCE aplicaram a política da direita-neoliberal por outros meios, assim como o próprio PT cumpre seu papel de privatização e precarização da educação em escala nacional. Nestes dois últimos anos, para além dos discursos “triunfantes”, o que vimos foram derrotas para os estudantes e vitórias para a direita: recredenciamento da FINATEC, silêncio total frente à precarização das condições de estudo via REUNI, Polícia Militar patrulhando o campus etc.

4 – SOMENTE UMA OPOSIÇÃO COESA E ARMADA COM UM PROGRAMA CLASSISTA E COMBATIVO PODERÁ SUPERAR O ATUAL MOMENTO!

A defesa exaustiva da “pluralidade” agiu como meio de garantir uma cortina de fumaça sobre as posições políticas das chapas, e demonstrou sua utilidade em favorecer um debate superficial e sem grandes conflitos, onde quase todas as chapas “pareciam falar as mesmas coisas”. As chapas de “esquerda” também se concentraram na “política pragmática do papel higiênico” e fugiram dos debates mais polêmicos (como polícia no campus, posicionamento sobre a UNE, REUNI, etc.) com vistas a não perderem votos. Na compreensão da Oposição CCI, o discurso “pluralista” e “tolerante”, que abdica das grandes polêmicas com a direita e com o governismo, tem sido historicamente o principal responsável por acobertar diante da base estudantil as posições mais atrasadas e reacionárias criando um consenso absolutamente nefasto.

A forma que nós estudantes devemos reagir à vitória da direita nas eleições do DCE não deve ser através de uma crítica passiva ou pelo ceticismo. Devemos tornar impossível a aplicação do programa da direita de privatização e elitização da Universidade e do DCE, devemos opor ao aburguesamento e ao “Parlamento Estudantil” a mobilização coletiva dos estudantes em assembleias gerais, fóruns de luta dos CA's, manifestações, ocupações e greves. Será no vazio da participação de cada estudante do povo que a direita se fortalecerá.

Devemos admitir que vivemos uma crise de organização e direção do M.E., e a simples tomada de aparatos não as resolvem. A tarefa é, portanto, rediscutir o modelo organizativo, que deve ser pela base (com militantes/coletivos impulsionando a luta em cada CA), refletir sobre os desastres dos métodos de conciliação com a Reitoria, adotando os combativos, bem como rediscutir em cada base as influências nefastas do governismo, do corporativismo etc. Com a crise que vivemos, a vitória imediata possível seria tão somente a de uma direção sem base. A tarefa de "vitória", para nós, é, portanto, de médio prazo, colocando a base para ter um papel ativo na luta.

Mais do que nunca, reafirmamos que, ao contrário da tática de se adaptar às condições políticas atrasadas que estão dadas, sustentar um programa classista, mesmo que em certos momentos se tenha que caminhar “contra a correnteza” (atuando como minoria), é o caminho correto a se seguir para avançar a consciência e organização estudantil. E que a única estratégia que poderá derrotar o atual DCE é de uma Oposição coesa, preparada para as batalhas prolongadas, como um núcleo duro que jamais cede, e articulada aos estudantes nos cursos. Por isso convocamos todos os estudantes de esquerda a construírem conosco a Oposição CCI ao DCE!


Una-se à Oposição Combativa, Classista e Independente!
Pela reorganização do Movimento Estudantil pela base!

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[1]  - Vide Germinal nº 6 no blog: www.oposicaocci.blogspot.com/O_GERMINAL_nº_6
[2] - O rebaixamento dos paragovernistas (PSOL e PSTU) chegou a tal ponto, que frente às eleições para Reitor pós-ocupação de 2008, o PSOL apoiou a candidatura de José Geraldo (PT) e o PSTU se manteve “imparcial”.



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Para baixar esta versão do boletim em PDF.,

domingo, 6 de novembro de 2011

VÍDEO-DEBATE: Sagrada Terra Especulada - A LUTA CONTRA O SETOR NOROESTE



VÍDEO-DEBATE:

Filme: Sagrada Terra Especulada - A Luta Contra o Setor Noroeste
Local: CALET - Centro Acadêmico de Letras
(Ala Sul do ICC, UnB, campus Darcy)
Data: Dia 9 de novembro - Quarta-Feira às 12h

 Organização: CALET 

Para mais informações da luta contra o Setor Noroeste, em defesa da demarcação das teraas do Santuário dos Pajés, ou sobre o próprio documentário que será apresentado, veja:

domingo, 30 de outubro de 2011

Resultado das Eleições para DCE-UnB 2011



Resultado das Eleições DCE-UnB (Gestão 2011-2012)
Total de votos: 5782

1º) 1280 votos (22%) – Chapa 8 – Aliança pela Liberdade (direita liberal “”apartidária”” – PSDB e DEM)
2º) 1092 votos (19%) – Chapa 5 – Mobiliza UnB (PSOL, PCB e independentes)
3º) 955 votos (17%) – Chapa 1 – Junt@s Somos Mais (PT/Articulação de Esquerda e PDT)
4º) 779 votos (13%) – Chapa 4 – Canto Novo (PSB e independentes)
5º) 562 votos (10%) – Chapa 3 – T.U.A. (UJS/PCdoB, PT/Democracia Socialista, PSDB, DEM)
6º) 341 votos (6%) – Chapa 2 – Pra Mudar a UnB (PSTU)
7º) 315 votos (5%) – Chapa 6 – DCEntralizar para Unificar – (PT/Construindo um Novo Brasil e PPL)
8º) 301 votos (5%) – Chapa 7 – Democracia e Ação Direta (Oposição CCI/RECC e apoiadores)
-) Brancos e Nulos: 157 votos (3%)










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Confira os números das eleições de 2010:

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ANO III - FESTIVAL DE FILMES OUTUBRO PROLETÁRIO


Iniciado em 2009, o Festival de Filmes OUTUBRO PROLETÁRIO completa este ano sua terceira edição. Organizado principalmente pela Oposição CCI, o festival se realiza, não por acaso, no memorável mês de outubro, em referência à histórica Revolução Russa. Marcado pela data em que o proletariado mundial ganha importante fôlego em sua luta histórica pela emancipação, o OUTUBRO PROLETÁRIO traz filmes e documentários cujas temáticas remetem às diversas experiências de luta, organização e resistência do povo trabalhado contra a exploração e opressão em cada território deste planeta.


Confira a programação. Venha assistir e lutar conosco!



 

 PROGRAMAÇÃO:

Pequeno Grão de Areia (Granito de Areia)
EUA, 2005, 61min.  Direção: Jill Freidberg

Sexta-Feira: 14/10, as 12h no CASO*

Documentário que retrata a resistência popular no México frente a política  do Banco Mundial imperialista de desmantelamento da escola pública. O filme traz a experiência de organização e mobilização dos professores, trabalhadores na educação, dos estudantes e seus pais contra a destruição da Escola Normal Rural Mactumactza, em Chiapas. 
  


A Noite dos Lápis (La Noche de los Lápices)
Argentina, 1986, 105 min.  Direção: Héctor Oliveira

Quarta-Feira: 19/10, 12h no CASO*

Em setembro de 1976, durante os primeiros meses da ditadura na Argentina, sete adolescentes da cidade de La Plata foram sequestrados, torturados e assassinados por reivindicar o passe estudantil, uma redução no preço das passagens de transportes para estudantes. Baseado em fatos reais.
  


ABC da Greve
Brasil, 1990, 85min.  Direção: Leon Hirszman

Quarta-Feira: 26/10, 12h no CASO*

O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo.


*O CASO (Centro Acadêmico de Sociologia) fica no ICC Central, campus Darcy da UnB


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ORGANIZAÇÃO:
Oposição CCI - Combativa Classista e Independente ao DCE-UnB, e
Coletivo LutaSociais!

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Eleições para DCE-UnB 25 e 26/10
APOIE E VOTE Chapa 7 - DEMOCRACIA E AÇÃO DIRETA
www.democraciaeacaodireta7.blogspot.com


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Confira o que passou nas edições do Outubro Proletário em 2009 e 2010.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eleições para DCE-UnB 2011: Chapa 7 - DEMOCRACIA e AÇÃO DIRETA


A Oposição CCI apoia e compoe a Chapa 7 - Democracia e Ação Direta


Confira o programa de luta da chapa:



Compareça aos debates entre as chapas! 

- Quinta-feira 13, Darcy Ribeiro, às 12:00.
- Terça-feira 18, Ceilândia, às 12:00.
- Quarta-feira 19, Planaltina, às 17:00. 
- Quinta-feira 20, Gama, às 12:00.
 - Segunda-feira 24, Darcy Ribeiro, às 18:00.



Apoie e vote na DEMOCRACIA E AÇÃO DIRETA - Chapa 7

 
LUTAR PARA ESTUDAR! ESTUDAR PARA LUTAR!
POR UM DCE SEM RABO PRESO COM O GOVERNO E ALIADO ÀS LUTAS DA CLASSE TRABALHADORA!


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Oposição CCI convoca


Discussão de formação de chapa
às eleições para DCE-UnB - 2011:

Dia 20/09 (terça-feira)
18h no Ceubinho (em frente ao DCE)


O período de eleição para DCE é um momento valoroso para o Movimento Estudantil, uma vez que favorece o embate de ideias, as avaliações das práticas e experiências realizadas pelos diversos grupos e suas perspectivas e concepções. Este embate é importante para os estudantes perceberem "quem é quem" e despertarem não somente o censo crítico, mas, em nossa opinião o mais fundamental transmitir, que é a ciência de que aquele que não luta organizado com os estudantes e trabalhadores que vivemos dia-a-dia cede espaço para as ofensivas do estado e do capital, como o Plano Nacional de Educação do Governo Dilma e o processo de privatização através das fundações e terceirizações.

Conclamamos então aqueles estudantes dos mais diversos cursos ou campis, convencidos da centralidade do nosso papel de garantirmos uma universidade que sirva ao povo, não só a participarem conosco deste processo eleitoral, mas permanecerem organizados em suas bases e em constante processo de politização e luta combativa!




Breve Análise:

Nas últimas três semanas uma onda de ocupações e lutas estudantis vem sacudindo as universidades de nosso país. Já se somam mais de 11 reitorias ocupadas neste período, marchas de rua e greves unificadas (unindo servidores, professores estudantes) em universidades como a UFPR e a UNIFESP. A UnB não se mantendo isolada deste quadro inaugurou o início deste segundo semestre de 2011 com a ocupação da reitoria pelos estudantes da Faculdade de Ceilândia no dia 13\09 (Quarta-Feira), cansados de esperar a mais de 3 anos a conclusão das obras de seu Campus.

Muitos destes movimentos, após esperar sem resultados dos meios burocráticos das universidades e governos, vêm obtendo conquistas parciais a partir da Ação Direta em suas lutas. Apesar disso, a falta de articulação nacional deste movimento e a não identificação dos verdadeiros inimigos vem conduzindo estas lutas a conquistas pequenas e parciais, de demandas que sempre ressurgem por não terem sido de fato resolvidas.   

É importante perceber que as pautas reivindicadas por tais movimentos possuem grandes semelhanças, que giram em torno do combate a precarização das universidades. Contra o corte de verbas, ampliação do RU, contratação de mais professores e servidores, mais estrutura física, são apenas alguns exemplos. Nós da Oposição CCI analisamos que tais processos expressam as contradições nacionais do REUNI que vem aumentando vagas nas universidades sem aumentar a estrutura necessária, como já era previsto no programa. Além disso, iniciamos o ano com corte de verbas de 3,1 bilhões para a educação feito pelo governo Dilma.

A UNB, dentro deste processo de precarização exposto acima, foi palco de diversas lutas durante o último ano: Ocupações por espaços de CAs, a luta dos moradores da Casa do Estudante por uma reforma digna, a luta de estudantes de artes, psicologia, medicina, desenho industrial por melhores condições de ensino, etc. Porém tais lutas se mantiveram fragmentadas e o nosso DCE possui grande responsabilidade neste processo não articulando as lutas, não convocando assembleias, buscando não demonstrar que tais lutas possuem um inimigo comum: a Reitoria e o Governo, órgãos a qual os membros do DCE são subordinados politicamente.     

A Oposição CCI buscou coordenar tais lutas no 1° semestre através de um fórum de CAs que unificou estudantes de geografia, filosofia, ciências sociais, serviço social, os estudantes da CEU e do Campus Ceilândia. Este fórum organizou no dia 25/05 uma assembleia geral e um ato com pautas unificadas, a revelia do DCE que se manteve inerte (http://oposicaocci.blogspot.com/2011/05/ato-estudantil-unificado-exige-posicao.html). Além disso, este fórum e a Oposição CCI participaram ativamente da organização da primeira ocupação da reitoria pelos estudantes da FCE no dia 15 de julho de 2011, que já estavam cansados das mesas de enrolação da Reitoria legitimadas e apoiadas pelo DCE. A radicalização da Ocupação da FCE neste 2º semestre demonstra isso.         

O Novo Plano “Neoliberal” de Educação (PNE) já tramita no congresso e os estudantes precisam se organizar para derrubá-lo, dado seu caráter privatizante. A UNE (atual gestão do DCE) como sempre buscará confundir os estudantes pela “disputa do projeto” no fundo garantindo que ele seja aprovado na íntegra, como foi com o REUNI, PROUNI, Regulamentação das Fundações etc. A ANEL e a Esquerda da UNE buscam desviar os estudantes para um caminho legalista e uma política paragovernistas, buscando construir centralmente o “Plebiscito pelos 10% do PIB para Educação” utilizando um método sem efetividade, colocando a ação direta (greve, manifestações de rua) em segundo plano e buscando conciliar com a UNE em uma campanha unificada pelos 10% do PIB, deixando a luta contra o PNE em segundo plano. Táticas, métodos e políticas que levarão os estudantes a derrota.   

Tendo em vista este quadro, é uma necessidade dos estudantes construírem um movimento Combativo e Unificado. Independente da UNE e da ANEL. Isso perpassa pela construção de DCE baseado nos princípios da ação direta estudantil, do antigovernismo (independência do Governo Dilma e de seus organismos subordinados como a UNE), Democracia de Base (tendo as assembleias estudantis como órgãos máximos do movimento) e do classismo (unidade com a luta dos trabalhadores da educação e outros setores).    

Pela construção de um DCE baseado na independência, na ação direta, na unidade das lutas e na democracia de base!

Oposição CCI ao DCE-UnB

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

2ª PLENÁRIA DA OPOSIÇÃO CCI


A Oposição CCI - Combativa Classista e Independente ao DCE da UnB realizará neste mês de setembro sua 2ª PLENÁRIA*. A precarização e elitização do ensino, principalmente do superior, assim como as lutas cotidianas impõem aos estudantes uma devida interverção de enfrentamento e resistência. Para que tal intervenção se torne exitosa é preciso sua instrumentalização, que significa: compreensão da realidade que vivemos, visão das necessidades dos estudantes trabalhadores e filhos da classe trabalhadora, identificação dos amigos, inimigos e traidores, objetivos a se cumprir e muita organização. Se por um lado seremos sempre peças passivas do Estado e dos capitalistas da educação enquanto não nos rebelarmos ou que nada adianta nossas indignações se não as transformamos em ações concretas. Por outro, a rebelião dos estudantes deve ter clareza e preparação de cada um dos seus atos, consequência com seus objetivos de uma luta que coloque a educação a serviço do povo e rigor com nossos inimigos de classe. É como diz um velho provérbio popular chinês: "visão sem ação é sonho; ação sem visão é pesadelo". Assim, convocamos os estudantes do povo para esta árdua e necessária tarefa: ORGANIZÇÃO E LUTA!


AVANTE!
POR UMA UNIVERIDADE POPULAR!
LUTAR PARA ESTUDAR! ESTUDAR PARA LUTAR!



*Camaradas interessados(as) em conhecer a Oposição CCI ou participar de sua 2ª Plenária, entrem em contato pelo email: oposicaocci@yahoo.com.br


O que é a CCI? 

Guia de estudo para formação de militante e apoiador da Oposição CCI

 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O GERMINAL - Nº 23, Agosto de 2011


Saudações classistas
a todos e todas estudantes do povo!


A Oposição Estudantil CCI - Combativa, Classista e Independente ao DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UnB, saúda todos calouros, parabenizando-os pela difícil conquista que é superar o afunilamento elitista de ingresso nas Universidades Públicas. Achamos importante os novos estudantes tomarem parte não só nos assuntos acadêmicos mas também nas lutas do Movimento Estudantil (ME), uma vez que nossas tarefas e batalhas vão justamente no sentido de melhoria das Universidades e da educação pública, combatendo o que e quem as precariza e as privatiza. Assim, chamamos os calouros a estarem participando das Assembléias Estudantis, das eleições de entidades de base e da tarefa de reorganização dos Centros Acadêmicos (CA's) e Movimentos de Curso.

Para isso, a Oposição CCI se articula nacionalmente através da Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC), pólo aglutinador de oposições e coletivos de base que se opõem à UNE e ao governismo no ME. Compreendemos ser necessário romper com esse setor que atualmente dirige o ME da UnB, através do DCE, uma vez que não passa de um braço do Governo Dilma/PT, financiado pelo mesmo, cumprindo o papel de apoiar no meio estudantil os ataques de cunho neoliberal à educação que vem sendo aplicados pelo governo federal nos últimos anos. A RECC e a CCI se apóiam nos princípios da ação direta, ou seja, mobilização pelas próprias forças dos estudantes, rechaçando a via parlamentar e eleitoral, buscando construir uma universidade popular que sirva aos interesses do povo e não das elites do país.

Una-se à Oposição CCI! Pela reorganização do Movimento Estudantil! Abaixo a UNE governista!

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A falácia da democratização do ensino superior no Brasil

Apesar de todas as propagandas do governo e de seus aliados, como é o caso da Reitoria da UnB e da atual gestão do DCE ligado à UNE, alardearem uma enorme democratização do ensino superior no Brasil através das inúmeras reformas iniciadas pelo governo Lula e continuadas por Dilma, não é isso que a realidade do estudantado e as estatísticas mostram.

A reforma no ensino superior petista, após anos de aplicação (por “pacotes coordenados”, como PROUNI, REUNI, novo ENEM, FIES etc.) não conseguiu garantir ensino público de qualidade para as camadas populares. Seguindo o ideário neoliberal para a educação, a reforma tem tido três grandes efeitos: 1) o constante crescimento do setor privado, na forma de matrículas ofertadas (que hoje representam mais de 70% e são subsidiadas pelo governo através do PROUNI, FIES etc.) e de convênios, parcerias e fundações que invadem o espaço público e a autonomia das instituições para fins lucrativos e corruptos; 2) o sucateamento da grande maioria das universidades públicas, que cada dia mais se tornam escolões massificados de rápida rotatividade de alunos com o objetivo de servir aos ditames do mercado; 3) a precarização e flexibilização do trabalho nas instituições, com crescente terceirização, diminuição do corpo docente com dedicação exclusiva etc.

A grande maioria das vagas abertas foram no setor privado e de má qualidade, e ultimamente na modalidade EaD (Ensino a Distância), estimulada pelo governo. No ensino público, nas principais universidades e cursos, a antiga elitização continua. Mesmo com o falso “fim do vestibular” do MEC, prometido pelo novo Enem, o mesmo continua sendo um filtro que impossibilita ainda mais uma real democratização. De acordo com recente pesquisa da Andifes, 66% dos estudantes das universidades federais hoje são oriundos de famílias com renda superior a R$ 3800,00. O aumento do número de estudantes de famílias com renda inferior a R$3800,00 desde 2004 foi de apenas 0,4%. Em 2010 a CCI denunciou a falácia da reitoria e governo falando no Germinal nº 18 que “no 1º vestibular de 2010, apenas 393 calouros, dos mais de 3.700, eram oriundos de escola pública; neste segundo semestre de 2010, das 3.958 vagas abertas, somente 4% delas foram preenchidas por alunos que estavam cursando o 3º em escolas públicas, isto é, apenas 154 estudantes”. E essa realidade continua em 2011.

Disso conclui-se que a reforma petista apenas “maquiou” a estrutura do ensino capitalista existente no pais. As universidades públicas ainda são compostas pelos setores da média e grande burguesia em detrimento das massas trabalhadoras, por isso mais do que nunca faz-se necessária a luta dos filhos e filhas da classe trabalhadora pelo aceso livre e assistência estudantil nas universidades públicas e também para tirar a ciência das mãos de empresários.

Nesse semestre, reorganizar o Movimento Estudantil para a luta classista e combativa na UnB!

O segundo semestre de 2011 promete muitas lutas. O REUNI está acabando de ser implementado e as contradições só tendem a agravar: déficit de salas/professores - gerando problemas nas matrículas, filas no restaurante e nos pontos de ônibus, insuficiência da assistência estudantil etc.

No primeiro semestre desse ano tivemos na UnB vários exemplos da precarização causada pela política neoliberal do governo: a não entrega do campus de Ceilândia, que causou a combativa ocupação do gabinete da reitoria (15/06/2011); o histórico corte de 3,1 bilhões na educação no início do ano, que se converteu num corte de mais de 10 milhões só na UnB; o alagamento de departamentos e CAs que ocasionaram em ocupações de sala pelos mesmos; o recredenciamento da maior fundação privada da UnB, a FINATEC; a política fascista da reitoria e da prefeitura de expulsão dos moradores da casa do estudante (CEU); os constantes ataques aos ralos direitos trabalhistas dos terceirizados; a greve dos servidores que continua, apesar da criminalização realizada pelo governo e judiciário (uma clara retirada do direito de greve!).

A gestão petista do DCE está chegando ao fim, e chega à hora dos estudantes se organizarem com uma pauta anti-governistas para dar continuidade às lutas do semestre passado e combater os ataques do governo, lutando contra a precarização e privatização da universidade pública. Tal gestão mostrou a que veio, sempre defendendo as mesas de negociação (enrolação) com a reitoria, afastado das assembléias e lutas diretas dos estudantes (tal como as ocupações de CAs, ocupação da reitoria pelos estudantes de Ceilândia, lutas da céu etc). A gestão atual do DCE cumpre o funesto papel de desmobilizar o movimento estudantil através de suas vias parlamentares e legalistas.

Vale ressaltar que nessa luta não somos os únicos atacados e que sozinhos não poderemos alcançar vitórias: é fundamental os estudantes juntarem sua luta com a luta dos servidores, dos terceirizados e dos docentes, na defesa de uma educação pública de qualidade que sirva aos trabalhadores e não aos capitalistas.

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Em memória aos três operários assassinados no HUB:
Abaixo a superexploração patronal!

O dia 21 de Julho de 2011 será marcado na memória de todos os filhos do povo, estudantes e trabalhadores classistas da Universidade de Brasília. Neste dia, três operários: RAIMUNDO José Lopes da Silva, 22 anos, carpinteiro, NELSON Holanda da Silva, 38 anos, pedreiro, LOURIVAL Leite de Morais, 46 anos, pedreiro, foram soterrados e morreram nas obras do Hospital Universitário (HUB).

A empresa terceirizada Anhanguera Engenharia ltda, que contratava os operários, é a responsável direta pela morte dos camaradas. O caso é tão emblemático que, um dia antes da morte dos três operários, um dos funcionários da obra que alertou sobre o perigo à segurança dos trabalhadores foi demitido. Assim como em diversos outros canteiros de obras pelo Brasil afora (obras do PAC, imobiliárias, da Copa etc.) a opressão política sobre os trabalhadores e a precarização das condições de trabalho são a lei.

A morte dos operários dentro da UnB, uma das universidades mais elitizadas do país, demonstrou de forma explícita a natureza opressiva, assassina e exploradora do sistema capitalista sobre o proletariado. As vidas perdidas só podem ser honradas pela própria luta e organização dos trabalhadores, nunca pelas declarações demagógicas da Reitoria ou de qualquer empresa. Muito menos pelas declarações legalistas e pró-patronal do DCE-UnB, que em sua nota se presta a “aguardar manifestações públicas” da justiça oficial-burguesa sobre a “possibilidade de ter havido negligência”. Os petistas do DCE cumprem mais uma vez o papel de se calar ante à política neoliberal do Governo alimentando o mito do Estado-protetor, demonstrando assim o nível de acomodação e submissão do DCE à lógica do Capital.

Há cerca de dois anos, em dezembro de 2009, os terceirizados do HUB fizeram uma greve histórica pelo 13º salário. A morte dos operários é uma conseqüência da superexploração patronal, que se expressa principalmente por meio da terceirização. Sem direito ao 13°, a férias, a licença-maternidade, a greve, com salários de fome, com marmitas estragadas, baixa segurança no trabalho e acidentes constantes, com assédio moral e possibilidade de demissão a qualquer momento: essa é a realidade trabalhista dos terceirizados, que representam cerca de 80% da mão-de-obra da UnB.

Os camaradas assassinados, RAIMUNDO, NELSON e LOURIVAL são nossos mortos e não esqueceremos nem perdoaremos seus culpados! A “liberdade” dentro do capitalismo é a escravidão pela necessidade e pela pobreza!

Pela incorporação de todos os terceirizados ao quadro efetivo!
Raimundo, Nelson e Lourival: PRESENTES!
Abaixo a política neoliberal do Governo Dilma/PT!

AOS NOSSOS MORTOS NENHUM MINUTO DE SILÊNCIO...
MAS UMA VIDA INTEIRA DE LUTA!


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Vídeo da ocupação da reitoria dia 15 de julho - UnB


Assista abaixo ao vídeo de um pequeno "
docu-drama" realizado por uma companheira apoiadora da Oposição CCI/RECC da ocupação da reitoria da UnB pelos estudantes de Ceilândia (FCE) no dia 15 de julho - maiores informações, leia a edição Nº22 do boletim O GERMINAL.


Documentário Ocupação Reitoria da UnB 06/2011
(http://www.youtube.com/watch?v=p9-TiDCuKPg)


Saudações Combativas,
Oposição CCI ao DCE da UnB.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O GERMINAL - Nº 22, Julho de 2011

Ensinamentos da Ocupação da Reitoria pelos Estudantes da FCE:
Romper com o Governismo e Unificar as Lutas pela Ação Direta!

No dia 15 de Junho, depois do vencimento do 12º prazo de conclusão da obra da FCE (Faculdade de Ceilândia), cerca de 250 estudantes ocuparam a Reitoria, com uma carta de reivindicações com 10 pontos, onde se exigiu condições dignas de estudo e assistência estudantil, assim como a retirada dos processos aos dois estudantes presos na Casa do Estudante.

A situação precária a que estão submetidos estudantes e trabalhadores do campus da FCE e demais campi da UnB é materializada na falta de infra-estrutura, uma assistência estudantil insuficiente, falta de transporte gratuito inter-campi. A três anos as atividades acadêmicas da FCE são oferecidas em uma escola secundarista.

A precarização da UnB tem ligação direta com as políticas neoliberais que o Governo Lula-Dilma aplicam através da Reforma Universitária, da qual o REUNI é carro-chefe. O REUNI prevê a expansão da universidade sem a garantia de verbas suficientes para tal. As verbas do REUNI são liberadas apenas com o cumprimento das metas (modo de subornar as universidades), dentre as metas está o aumento da proporção de alunos em relação ao número de professores (o que ocasiona salas superlotadas), etc.

No início deste ano, os estudantes da FCE e FGA (Faculdade do Gama) protagonizaram uma jornada de luta que mobilizou grande parte de seus campi. Ocorreram grandes manifestações e inclusive uma greve estudantil. A luta, porém, foi dirigida pela gestão governista do DCE e, para impedir que a mobilização se transformasse em oposição direta à Reitoria e ao Governo Dilma/PT, o DCE defendeu uma política legalista e corporativista.

O legalismo consiste na defesa de métodos “legalmente aceitos”, de acordo com a justiça burguesa, tais como mesas de negociação, audiências públicas e participação nos conselhos burocráticos. A crença na legalidade burguesa e na burocracia universitária se opõe à ação direta estudantil. O corporativismo é a ilusão de que podemos (e devemos!) solucionar nossos problemas de forma isolada/particular, fruto de uma inversão da relação de causalidade parte-todo. O corporativismo produz o eterno medo da “contaminação/cooptação” em relação a outras reivindicações, o que gera a estranha concepção de que a unificação enfraqueceria as lutas particulares.

Tal política, na prática, transformou grandes processos de mobilização em mesas de enrolação com a Reitoria, em protestos “pacíficos” e “propositivos” onde o Reitor José Geraldo era chamado a fazer seu discurso demagógico. Além disso, para salvaguardar a imagem do Governo e da Reitoria, os problemas da FCE e FGA eram apresentadas como “questões particulares”, de “erros pontuais” no processo de expansão, onde bastaria a contribuição e a “pressão propositiva” (sic) dos estudantes para os problemas se resolverem. Nada mais falso. Os problemas dos novos campi são fruto de uma política consciente de precarizar e privatizar a educação, tal como indicamos no início do texto.

A ocupação da Reitoria, no dia 15 de Junho, marcou uma ruptura parcial com as manifestações anteriores, e garantiu a assinatura do Reitor se comprometendo em atender todas reivindicações dos estudantes. É uma ruptura parcial (e não completa) pois elementos do corporativismo e legalismo ainda estão presentes na mobilização, porém, com a maior possibilidade de serem rompidos pela experiência prática da luta. Tais rupturas “instintivas” com a prática legalista do DCE devem se transformar em uma ruptura “consciente” com o Governismo em todo seu conteúdo reacionário e neoliberal.

Para direcionar esta ruptura com o Governismo é necessário que os estudantes da FCE se organizem para uma luta combativa duradoura, se aliando às demais lutas e reivindicações estudantis e proletárias. É necessário que os estudantes combatam decididamente a política da direção do DCE, aprendendo e acumulando com as experiências de luta. É nesse intuito que reforçamos o chamado: UNA-SE A OPOSIÇÃO CCI!


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Toda Solidariedade à luta dos moradores da CEU e aos Estudantes Perseguidos!

A Assistência Estudantil deveria garantir a permanência dos estudantes pobres na universidade, mas o que ocorre é que a UnB, ao mesmo tempo em que abriga a maior elite social do DF, massacra os/as poucos/as estudantes pobres que conseguem passar pelo funil do vestibular. Com a conturbada reforma da Casa do Estudante Universitário, mais de 350 estudantes perderam nada mais nada menos do que o direito de morar. Uma recente pesquisa feita pelo jornal “Campus” aponta que de 2010 para 2011 a eva
são cresceu 63,5%. Um fator que contribui decisivamente para isso é a péssima assistência estudantil.

Desde a Ocupação da Reitoria em 2008, o Movimento Estudantil da CEU reivindica a ampliação e reforma da moradia. Depois de muita espera, em fevereiro de 2011, os/as estudantes se viram com um prazo de um mês para encontrar um lugar pra ficar e sair da CEU durante a reforma. O que a UnB ofereceu foram míseros R$510 ou o financiamento de imóveis ruins em cidades muito distantes do campus. Assim originou-se o movimento Fica CEU, que tem como inimiga a Reitoria, e que “conta” com o DCE para intermediar o diálogo, ou melhor, o monólogo, que diz: “fora estudantes pobres da UnB!”. Esta política neoliberal da Reitoria/DCE fica ainda mais crítica com a implementação do REUNI.

Do lado da Reitoria também está a Polícia Militar, que no dia 3 de junho invadiu a CEU e prendeu três estudantes, por protestarem contra o sucateamento da CEU. Os estudantes que foram presos, agora respondem a processo por desacato e incêndio, em regime de liberdade condicional. Em solidariedade aos perseguidos, houve um ato pela sua libertação, além da reivindicação pela retirada do processo ter sido incorporada na pauta de reivindicações da Ocupação da FCE-UnB. Porém, o que temos que ter claro é: com o aparato repressivo do Estado (a polícia) agindo na UnB, a tendência é a ampliação da perseguição e criminalização do movimento estudantil e sindical.

Os/as estudantes que hoje residem na CEU sofrem diversos ataques, como arrombamento de portas de apartamentos ainda ocupados, soldagem de portas de emergência, retirada de bebedouros e de iluminação, ameaça de corte de luz e água. Hoje, na UnB, é posta em prática uma verdadeira política de terrorismo físico e psicológico contra os/as estudantes residentes da CEU. É mais uma forma de expulsão da classe trabalhadora da universidade.

Exposto desta forma, nós, da Oposição CCI ao DCE-UnB manifestamos nosso completo repúdio à política terrorista da Reitoria da UnB, assim como repudiamos toda e qualquer perseguição política. Conclamamos todos os estudantes da UnB a tomarem como sua esta justa causa! Manifestamos nossa plena solidariedade de classe com os residentes da CEU e com os perseguidos políticos. Como estudantes-proletários, endossamos nossas reivindicações mais imediatas: que seja providenciada moradia transitória DIGNA no próprio campus ou imediações da UnB durante as obras na CEU e que seja retirado imediatamente os processos criminais contra os estudantes David Wilkerson Silva Almeida e Heitor Claro da Silva.

Fora Polícia do Campus!

Lutar para estudar! Estudar para Lutar!

Unir todos os Campi numa só luta!

Derrotar as reformas neoliberais do Governo/Reitoria!


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Boletim O GERMINAL nº 22 DIAGRAMADO:





quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ato Estudantil Unificado exige posição oficial da Reitoria

Estudantes exigem e Reitor José Geraldo assina termo se comprometendo a responder publicamente até o dia 1º de junho todos os 22 pontos da Carta Reinvindicativa aprovada em Assemblia Geral dos/as Estudantes. Confira o Termo e a Carta integralmente abaixo. A Luta apenas começou...


Nesta quarta-feira, dia 25/05, após a Assembleia Geral dos Estudantes, e aprovada pela mesma, ocorreu uma manifestação estudantil que percorreu o ICC Central se dirigindo logo em seguida para o gabinete do Reitor. Ali foi exigida a presença de José Geraldo, e entregue pessoalmente a carta de reivindicações estudantis, também aprovada em Assembleia. Além disso, exigiu-se também, através de um termo de compromisso assinado, para que o Reitor se pronunciasse publicamente, via SECOM, em resposta a todos as pautas apresentadas no prazo de uma semana. As reivindicações estudantis presentes na carta apresentam as pautas mais urgentes dos estudantes que antes estavam fragmentadas e sem atacar suas ca
usas mais gerais: a expansão precarizante que a universidade vem sofrendo (sem nem mesmo a expansão acabar!), dita "democrática", mas que põem em risco as condições de trabalhado dos docentes, servidores e terceirizados, além das condições de estudo e permanência dos estudantes, sobretudo daqueles de baixa renda: o famigerado REUNI e suas metas, impostas pelo governo federal e aplicado pela Reitoria/DCE; além dos cortes e mau uso das verbas.

Tanto a Assembleia, quanto o Ato unificado que ocoreu nesse dia foram frutos de um movimento que vem tomando corpo nas últimas semanas. Participam deles diversos CA's (ocupados, ex-ocupantes ou não) e estudantes de base de outros cursos, os estudantes do movimento Fica Ceu, estudantes a espera da conclusão de seus Campi, e demais estudantes que vem sofrendo com o processo de precarização alarmante das condições de estudo em nossa universidade (condições de infra-estrutura e espaço, assistência estudantil, transporte, alimentação etc.), principalmente após o alagamento. Esse movimento tem c
omo objetivos unificar as pautas de diversos locais e cursos dos estudantes, lutando contra as causas geradoras reais, vindas dos governos e reitoria, e buscar métodos eficazes para a efetivação das mesmas. Esse movimento vem se organizando fora da atual gestão governista ligada a UNE do DCE, que não participou do ato, a partir de estudantes que estão em luta direta e já não acreditam nas eternas "mesas de enrolação" onde o trio reitoria/prefeitura/DCE só impõem derrotas aos estudantes e aos trabalhadores da UnB. A partir da mobilização direta dos estudantes que estes vem conseguindo vitórias pontuais sobre as políticas da reitoria e do governo. E esse ato, assim como a continuidade das ocupações (CAGEA, CAFIL, CEU), simbolizam um novo caminho para os estudantes lutadores!

Chega de enrolação! Queremos solução!
Reitoria, você vai ver, os estudantes vão vencer!

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A LUTA APENAS COMEÇOU!

Participe da próxima Reunião Estudantil Unificada:
Segunda, 30 de Maio
Às 12h no CAGEA - Sala ICC BT 666



Termo de Compromisso




Carta Reivindicativa dos/as Estudantes à Reitoria da UnB

  1. Pela legitimação de todos os CA's ocupantes. Pelo direito à sua autodeterminação de permanecer nestes espaços;
  2. Pela garantia de espaços-sede aos CA’s de todos os cursos da UnB, sem exceção. Que os CA's sejam alocados em salas com tamanhos adequados às suas práticas de organização, estudo e convivência;
  3. Que seja garantido aos CA's grades em suas portas e que elas estejam sob controle dos próprios CA's;
  4. Pela implantação e/ou reforma da iluminação e calçamento geral na UnB, particularmente próximos aos CA's e nos caminhos de maior fluxo;
  5. Garantia da circulação de transporte público em todos os pontos de ônibus da UnB, especialmente na CEU, e durante todos os horários necessários;
  6. Contra a política da Reitoria de tornar "o temporário em permanente". Que as realocações de espaços físicos, tal como em caso de reformas, estejam sobre a guarda de garantias objetivas com datas finais de entrega e condições do espaço físico final, sob penalização da Reitoria caso haja descumprimento destas garantias;
  7. Qualidade nas obras da CEU. Que nenhum/a estudante fique desatendido/a nas suas necessidades de moradia estudantil durante a reforma. Pelo pagamento imediato e ampliação de suas bolsas. Pela garantia da dignidade dos estudantes residentes da CEU;
  8. Pelo início imediato da ampliação do RU considerando a proporcionalidade crescente da demanda estudantil a partir da implementação do REUNI, sem prejuízo a comunidade universitária;
  9. Pelo início imediato da construção de RU’s nos novos campi;
  10. Que seja dado uma solução definitiva para a superlotação das salas de aula: concluir as obras nos outros campi e no campus Darcy e construir novos prédios se necessário para atender a nova demanda de estudantes imposta pelo REUNI e contratar imediatamente professores e técnico-administrativos para o quadro efetivo;
  11. Pela revogação da meta que pretende elevar a taxa de conclusão média dos cursos de graduação presencial para noventa por cento.
  12. Pela revogação da meta de elevação da relação de alunos por professor de graduação em cursos presenciais para dezoito por um.
  13. Que a UnB garanta sua autonomia universitária e não aceite as metas do REUNI como condição para obtenção de recursos do Ministério da Educação. Pela imediata Revogação do REUNI na UnB;
  14. Que os Departamentos de todos os Institutos tenham o direito de serem alocados em um espaço físico próprio. Que seja garantida a proximidade entre as práticas de ensino, pesquisa e extensão;
  15. Pela imediata avaliação das zonas de risco e reformas na infra-estrutura física da UnB para remediar futuras catástrofes como a do dia 10 de abril;
  16. Pelo fim da política de professores substitutos. Que os professores substitutos sejam efetivados ao quadro;
  17. Que não seja proferido nenhuma redução ou demissão no quadro de trabalhadores terceirizados na UnB;
  18. Pela reformulação da política de Assistência Estudantil que garanta a dignidade da permanência a todos os estudantes de baixa renda na UnB. Ampliação imediata das Bolsas Permanência para atender cem por cento das requisições. Que não haja contrapartida trabalhista para estes bolsistas;
  19. Pela imediata suspensão do corte de R$12 milhões da UnB e o corte de R$3,1 bilhões da educação;
  20. Criação da diretoria de assuntos estudantis;
  21. Paridade nos conselhos e eleição universal para Reitor;
  22. Que a Reitoria publique integralmente na SECOM está Carta Reivindicativa e manifeste publicamente resposta a todas as reivindicações aqui exigidas, em no máximo uma semana do recebimento desta Carta.

Assembléia Geral dos/as Estudantes da UnB

25 de Maio de 2011

domingo, 8 de maio de 2011

Carta de Apoio e Solidariedade à Ocupação do Centro Acadêmico de Geografia (UnB)



A Oposição CCI - Combativa, Classista e Independente ao DCE da UnB manifesta seu incondicional apoio aos estudantes de Geografia pela sua brava ação em ocupar um novo espaço físico a servir de sede ao CAGEA. Impulsionados pelos recentes desastres causados pelo alagamento, uma verdadeira catástrofe anunciada, que apesar de danificar parcialmente o CAGEA, destruiu completamente o Departamento de Geografia e seus laboratórios, este infeliz fato provou a situação de risco a que estava sujeito o CAGEA – e o conjunto do CA 3. Desta forma, saudamos os companheiros da Geografia pela legítima e acertada decisão de resolver o problema sintomático dos espaços para CA’s na UnB pela sua ação direta, uma vez que a Reitoria jamais demonstrou interesse, nem mesmo a partir do alagamento, em resolvê-lo. Mas o alagamento não é o único fato novo que agrava o problema dos CA’s na UnB.

O antigo problema do planejamento e destinação de espaços adequados para os Centros Acadêmicos na UnB pelas diversas Reitorias, tratado sempre de forma completamente secundária, este problema toma novos contornos na atual conjuntura, onde o déficit de espaço na universidade tem crescido fortemente. O processo de secundarização dos CA’s é agravado pela expansão do número de matriculas causado pela aprovação em 2007 do REUNI – vale lembrar, o REUNI não prevê o devido acompanhamento do crescimento da infra-estrutura física, nem do aumento do quadro de professores efetivos e muito menos da assistência estudantil. Quer dizer, os antigos espaços de CA’s, muitos deles já impróprios (pequenos, abafados etc) como o antigo CAGEA, se tornam intransitáveis e inacessíveis ao novo contingente estudantil. É importante lembrarmos que os novos cursos, como os de Saúde oferecidos no campus de Ceilândia, sequer possuem reservados espaços para seus Centros Acadêmicos nas obras do campus definitivo. Já outros ainda permanecem em espaços inadequados, à espera de reformas prometidas, ou na eterna "lista de realocação" da Prefeitura, que não leva em conta os interesses estudantis, jogando os CA's onde "sobra" espaço na UnB cada vez mais superlotada. Consciente ou inconscientemente, estes problemas levaram a uma dezena de ocupações nos últimos anos efetivada pelos estudantes em nossa Universidade: Biblioteconomia, Serviço Social, Letras, Engenharia Elétrica, Computação, Biologia, Matemática etc etc. O trato da Reitoria diante das ocupações, como não poderia deixar de ser, quase sempre esteve em conflito com as reinvidicações estudantis.

Quer dizer, os estudantes de Geografia não são os únicos a sofrer com a inadequação de seu CA, apesar de suas particularidades. Dessa forma, é fundamental que a solução não seja buscada em separado. Ao exemplo da também recente ocupação do CAFIL, assim como da destruição de parte do subsolo norte do ICC e da propaganda e perseguição promovida pela Reitoria e pela Mídia aos CA’s, levantamos a reflexão de que estes problemas comuns devem ser resolvidos pela organização e ação conjuntas dos estudantes e não pelo caminho de negociações isoladas e pelas enrrolações burocráticas a que nos submete a Reitoria. Ela busca nos dividir apenas para nos enfraquecer. A união é, assim, a única garantia de vitória para os companheiros.

Novamente saudamos os estudantes da Geografia pela sua encorajada e inspiradora ação! Estaremos juntos no que for preciso!



Nenhuma ilusão na Reitoria!

Somente a ação direta conquista vitórias!

Unificar as lutas pelos ganhos comuns!

Viva o Centro Acadêmico de Geografia!







Brasília, 29 de abril de 2011.

Oposição CCI



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