quarta-feira, 8 de maio de 2013

Boicotar a UNE traidora!

A UNE está prestes a realizar mais um de seus Congressos de fachada, onde a UJS sairá novamente com a presidência e todos cargos majoritários e a Oposição de Esquerda com uns carguinhos de migalha, apenas legitimando a entidade como um todo. A UNE não presta de forma nenhuma para a luta dos estudantes. Perdeu toda sua independência política e financeira, se vendendo ao governos e empresas. Por isso, não legitime esta entidade falida. Não vote no Congresso da UNE! Faça campanha contrária! Politize a luta contra o governismo no movimento estudantil! Derrotar a UNE na base!

domingo, 5 de maio de 2013

As Regras de anti-Convivência da Reitoria e a necessária resistência estudantil!

O GERMINAL
Boletim da Oposição Estudantil C.C.I. ao DCE-UnB
www.oposicaocci.blogspot.com  | oposicaocci@yahoo.com.br
Ano V – Edição N] 29 – Maio de 2013



As Regras de anti-Convivência da Reitoria e a necessária resistência estudantil!


Regras de Convivência aprovadas pelo Conselho Superior Universitário, o famigerado CONSUNI, asseveram a privação de uso dos espaços públicos da Universidade. Medidas como a proibição de bebidas alcoólicas, de realização de atividades como Assembleias de Curso, confraternizações, recepção de calouros, Semanas Acadêmicas e o uso de qualquer meio de comunicação para propagandear tais atividades e - pásmem - até mesmo aglomerações espontâneas passam a ser proibidas sem a autorização das devidas instâncias superiores. Além de se permitir o uso de qualquer meio audiovisual para “registrar e identificar usuários da UnB”, a Reitoria promete penalidades aos infratores das novas Regras de Convivência, que estão sendo impostas até mesmo com o uso da Polícia.

Este início de semestre começou conturbado. Não bastasse o final do semestre passado, quando a Reitoria anunciou a reativação do Conselho Diretor da FUB[1], a instalação de catracas no campus do Gama que visa dificultar o acesso da comunidade à universidade sobre o pretenso discurso da "segurança pública"[2], vários problemas relacionados ao R.U e ao transporte público etc. Não obstante, no início do primeiro semestre de 2013 tiveram fatos novos interferindo na vida dos CAs (Centros Acadêmicos): a repressão por meio de seguranças e policiais militares à recepções de calouros na Ciências Sociais e na História; a proibição de festas e confraternizações estudantis, seja através da cancelamentos ou da burocratização para conseguir o "aval" de liberação; a proibição de atividades e livre propaganda nos espaços públicos da universidades, tal como foram proibidos exibições de filmes no Ceubinho, o Comunicado da Prefeitura proibindo colagem de cartazes não autorizados no campus (Comunicado nº0025/2013/PRC) e a própria Oposição CCI foi proibida de distribuir panfletos no interior do R.U. Portanto, camaradas estudantes, estamos diante de uma realidade de avanço reacionário e elitista em nossa universidade. E esta afirmação não significa endossar uma "disputa de egos" entre direita e esquerda como alguns gostariam de pintar, mas de fato constatar que estudantes e trabalhadores da UnB já estamos tendo certos direitos tolidos. Mais do que isso, as ações da atual REItoria representam um ataque ao povo trabalhador que se verá cada vez mais afastado da Universidade, objetiva e subjetivamente. 

As Regras de anti-Convivência: entre a burocracia e a repressão

Até mesmo Assembleias dos CAs e do DCE deverão ser permitidas pela Reitoria!
As novas Regras de Convivência foram aprovadas pelo antidemocrático CONSUNI (Conselho Superior Universitário) no início de 2012 (ainda sob a gerência de José Geraldo/PT), mesmo com todos os representantes discentes se colocando contrários a sua aprovação. Ela foi sancionada graças ao peso desproporcional que possuem os professores na estrutura de poder  da universidade. A tentativa pela atual Reitoria direitista de colocar em prática tais regras tem levantado o debate sobre duas questões fundamentais de nossa estrutura universitária: 1) a total falta democracia dos Conselhos Superiores (Consuni, Cad, Cepe), que vigoram sob o formato “70-15-15” (70% das cadeiras para professores, 15% para estudantes e 15% para servidores); e 2) a "necessária" forma repressiva e autoritária como se efetivam estas deliberações dos Conselhos Superiores, tendo em vista que são fruto de acordos/decisões entre uma minoria de professores burocratas sobre os mais de 40 mil membros da comunidade.

Para além de uma análise detalhada sobre cada ponto da Regra de Convivência, que acreditamos ser necessária e que cada Centro Acadêmico em seus espaços próprios (Assembleias Gerais, Reuniões etc.) já devem estar elaborando, queremos ressaltar os elementos políticos que formam as condições possíveis para tais ações da Reitoria. Primeiramente, é necessário nos perguntarmos: porque uma parcela tão reduzida de professores possuem o poder de decidir a convivência que na prática será vivenciada pela comunidade como um todo? Não seria, portanto, essa mesma comunidade de dezenas de milhares (e em última instancia os próprios estudantes, a maioria da comunidade) a mais interessada e afetada pelas relações de convivência? Porém, tal questão colocada, não resta dúvidas de que a superestrutura dos Conselhos Anti-Democráticos é incapaz de representar efetivamente os anseios e a vida em movimento da comunidade universitária. As Regras de Convivência aprovadas "de cima para baixo" não poderiam ser mais nefastas e autoritárias para a comunidade. Devemos ter claro que tais regras possuem por finalidade, apesar do discurso pomposo e demagógico de "harmonia e ética", manter o controle e o status quo representado por esta mesma burocracia encastelada nos Conselhos Superiores.

Outro elemento histórico deve ser colocado. Em praticamente todas as administrações da UnB a comunidade discente nunca dispôs de espaços próprios adequados para sua organização coletiva nem confraternizações. Demonstração final e prática desta afirmação é o fato de que a maioria das sedes dos Centros Acadêmicos são salas ocupadas e que os prédios dos novos campi, como o de Ceilândia, sequer dispunha de espaços projetados para cada um dos CAs. Desta forma, a falta de condições para sociabilidade estudantil criou tanto movimentos de ocupação legítimos para se organizarem etc., mas também criou distorções ao possibilitar uma série de práticas de mal uso do espaço acadêmico, como exemplo certas “megafestas”, trotes humilhantes etc.. Por parte da Oposição CCI, não defendemos o uso desenfreado ou de qualquer forma do espaço universitário, isso seria puro liberalismo. Defendemos o uso saudável dos CAs para que os estudantes possam estudar, confraternizar e lutar. Por ser exatamente o corpo discente a maioria da Comunidade, defendemos que sua autonomia seja posta em prática através da madura reflexão coletiva em suas instâncias (CEB, Assembleia e Congresso). E antes da Reitoria pensar em impor de cima para baixo a privação, a burocratização e abrir o precedente para a repressão de sua comunidade, ela deveria dar condições para a sociabilidade estudantil. Não é isso que vem acontecendo.

Como complemento necessário da estrutura anti-democrática dos Conselhos Superiores, ou melhor, a forma de "fazer valer" as suas deliberações ilusória e artificialmente "representativas", a Reitoria necessita usar a força repressiva (de seguranças e policiais) e a vigilância (catracas, câmeras de vigilância etc.). A repressão à recepção de calouros da Ciências Sociais e História, cursos que historicamente não realizam trotes violentos, dentre outras ações repressivas e/ou proibitivas pautadas pelas Regras de Convivência, anunciam uma nova fase do "Vigiar e Punir" e da privação do espaço público em nossa universidade. Na medida em que a Reitoria buscar burocratizar e reprimir as atividades realizadas pelos estudantes, mais estes serão levados ao caminho da "ilegalidade" e da resistência, seja de forma velada e individual ou pública e de massas. Portanto, devemos ter claro que a estrutura de poder anti-democrático está umbilicalmente relacionada com a necessidade de repressão, pois suas deliberações não possuem legitimidade e reconhecimento na "base" e tem que ser postos a força. Chegamos então na essência do problema: do questionamento às Regras de Convivência, lutemos pela democratização radical da universidade, não somente contra a repressão e militarização do campus como também pela dissolução dos atuais Conselhos Burocráticos e pela sua substituição por Conselhos e Colegiados com representação paritária dos segmentos da Universidade e com eleições universais para cada cargo executivo (como Reitor e Chefes de Departamento etc.)!

Os estudantes frente as ilusões do parlamentarismo estudantil

Podemos dizer que o Movimento Estudantil da UnB está em um profundo descenso, oriundo das mais variadas práticas parlamentaristas (burocráticas e eleitoreiras) que dominaram tal movimento nos últimos anos. Estas práticas (também defendidas por grande parte da esquerda reformista da UnB) deslegitimam sempre o protagonismo da mobilização estudantil (manifestações, ocupações, trancamentos de ruas, paralizações de aulas etc.) em favor do "respeito" complacente e covarde à institucionalidade universitária antidemocrática. O DCE é o exemplo mais cabal disso. Com seu movimento tipo "UnB DOC" e reuniões de cúpulas com a Reitoria, boicotam os espaços coletivos e máximos de deliberação (Assembleias Gerais e Congresso Estudantil) e de ação (Manifestações), garantindo assim a intocabilidade da burocracia universitária. Isso pode parecer deslocado do nosso tema, porém, diz respeito diretamente às táticas a serem defendidas em nossa luta frente as Regras de Convivência.

Um exemplo prático. Diante da insatisfação dos estudantes quanto as ações repressivas e burocráticas de "anti-convivência" da Reitoria, alguns grupos do Movimento Estudantil continuam apostando exatamente no velho caminho institucional viciado que levou a aprovação das atuais Regras. Em uma reunião da REItoria realizada com os CAs em meados de Abril, um estudante do grupo "Honestinas" não poderia propor algo mais prejudicial: a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para reavaliar as Regras, quer dizer, uma mesa de enrolação sem poder deliberativo algum que terá como desfecho o conhecido cenário de cartas marcadas das reuniões do CONSUNI. A REItoria aceitou ela mesma de bom grado este GT, pois sabe que não passa de um “chá de cadeira” amaciando as críticas dos estudantes rumo a uma "derrota consentida" no CONSUNI. Diferente de tal tática irresponsável, alguns CAs – dentre eles os de Geografia, Ciências Sociais, História, Letras e Educação Física – defenderam no Conselho de Entidade de Base (CEB) do dia 24/04 a convocação de uma Assembleia Geral de Estudantes da UnB para debater coletiva e profundamente e deliberar a ação dos estudantes a respeito. Incrivelmente, a proposta não foi aprovada, e no atual momento o movimento estudantil da UnB padece de meios efetivos de organização e luta unificados que garantam sua vitória.

Nós da Oposição Combativa, Classista e Independente defendemos: 1) Pela revogação da atual Regra de Convivência autoritária e repressiva da Reitoria; 2) Pela autonomia da comunidade em definir regras de convivências a partir de seus próprios fóruns (Assembleias Estudantis, CEBs etc.), privilegiando a construção de Assembleias Inter-categorias (estudantes, professores e servidores) de cada curso; 3) A Reitoria (seja por um Conselho ou diretamente pelo Reitor) não atenderá nossas reivindicações por livre espontânea vontade ou por "sensibilização", será necessário, portanto, o uso democrático da pressão extra institucional materializada na ação direta dos estudantes, ou seja, a justiça imposta pela força; 4) Sendo assim, nossos olhos estão voltados para a massa estudantil e proletária da Universidade, e nossa opção seguirá sendo o fortalecimento dos Centros Acadêmicos e os espaços de organização coletivo dos estudantes.

PELA REVOGAÇÃO DAS REGRAS DE "ANTI-CONVIVÊNCIA" DA REITORIA!
PELA DEMOCRATIZAÇÃO RADICAL DA UNIVERSIDADE!
POR UMA UNIVERSIDADE POPULAR A SERVIÇO DA CLASSE TRABALHADORA!



[1] Órgão composto por seis nomes escolhidos pelo MEC com poderes deliberativos sobre assuntos de ordem política e orçamentária da UnB. Este Órgão foi responsável pelos esquema de corrupção do ex-reitor Thimoty Mulholland e estava desativado desde sua saída forçada em 2008 através da ocupação da reitoria realizada pelos estudantes da UnB.
[2] Lembremos sempre que a comunidade é vista como um perigo constante para a visão elitista e neoliberal de universidade.